ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 17.04.96.
Aos
dezessete dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e seis,
reuniu - se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ás quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pêlos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado,
Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta,
João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’ Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton
Araújo. Constatada a existência de ‘ quorum” , o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou que
fossem distribuídas em avulsos cópias
da Ata da Vigésima Segunda Sessão Ordinária. Á MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Edi Morelli, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Gerson Almeida, 01 Requerimento solicitado o
desarquivamento do Projeto de Lei do
Legislativo n° 74/93 ( Processo n° 1482/93); pelo Vereador Giovani Gregol, 01
Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 08/96 ( Processo n°
465/96); pelo Vereador João Dib, 03 Pedidos de Providencias: pelo Vereador
Jocelin Azambuja, 01 Pedido de Providências; pelo Senhor Prefeito Municipal, 01
Oficio n° 160/96 comunicando o impedimento do Vice - Prefeito e do Titular da
Presidência desta Casa, delegado ao Procurador - Geral do Município, Doutor
João Pedro Rodrigues Reis, as competências relativas ao expediente administrativo do Município no período de dezesseis
a vinte e três de abril próximo. Em
continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença em Plenário, do ex. -
Deputado e ex.- Vereador João Severiano, Presidente do Diretório Metropolitano
do PDT. Do EXPEDIENTE constaram:
Ofícios n°s 02/96, do Vereador Lauro Hagemann; 02/96, do Senhor José de Alencar
Todente, Delegado Regional da Secretária do Trabalho, Cidadania e Assistência
Social do Estado/RS; 08/96, do Vereador Juvir Costella, Presidente da Câmara
Municipal de Esteio/RS; 12/96, do Vereador Dourival Lemes dos Santos,
Presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto/SP; 47/96, do
Secretário Municipal da Fazenda; 145/96, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, Tribuna
Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Heraldo Lisboa Melo,
Presidente do Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual/RS, que
discorreu sobre as demissões dos funcionários celetistas o oriundos do
Sulbrasileiro, FINHAB e HABITASUL, Em COMUNICAÇÃO DE LIDER, o Vereador Milton
Zuanazzi discorreu sobre o tema da Tribuna Popular, criticando a posição dos
Governos do Estado quando ás privatizações efetuados no País. O Ver. Jocelin
Azambuja, reportou-se ao tema da Tribuna Popular e lembrou que a Caixa
Econômica Estadual foi constituída sob o governo do Partido Trabalhista
Brasileiro - PTB e que Sua Excelência teve uma ligação direta com este
Sindicato, pois foi seu Assessor Jurídico. A Vera. Maria do Rosário, teceu
comentários a respeito da Tribuna Popular e expressou sua contrariedade ao
projeto neoliberal do Governo do Estado. O Ver. Lauro Hagemann discorreu sobre
o tema da Tribuna Popular, traçando paralelos entre a política econômica
praticada nos grandes países e a aplicada no Brasil. O Ver. Raul Carrion
manifestou sua solidariedade ao movimento dos funcionários da Caixa Econômica
Estadual e afirmou que o Governo é um dos responsáveis pelo desemprego, pela
miséria e pela recessão. O Ver. Airto Ferronato defendeu a posição do Governo
Estadual, argumentando que no governo do PMDB se fará a ascensão da Caixa. O
Ver. Pedro Américo Leal colocou que o problema do desemprego atinge níveis
nacionais e internacionais e que a solução está no fortalecimento dos Governos
e no nacionalismo. O Ver. Reginaldo Pujol apoiou o discurso do Ver. Airto
Ferronato e que antes de fazer discursos sua Excelência tentaria encontrar
soluções pois está comprometido com o Governo Antônio Britto. Às quinze horas e
dezenove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
ás quinze horas e trinta minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LIDER, o Vereador Antonio
Hohlfeldt registrou e agradeceu á Companhia Carris Porto-Alegrense á Secretária Municipal dos Transportes, que
colaboraram para o retorno da linha de ônibus Jardim do Salso, aos domingos. O
Vereador Luiz Negrinho reportou - se ao Projeto de Sua Excelência sobre o Serviço de Sanitários, colocando que não lembra de ter ocorrido a Questão de
Ordem para justificar seu encaminhamento á Comissão de Constituição e Justiça. Também, discorreu sobre providências
solicitadas ao Executivo, que não foram atendidas, sobre a linha de ônibus
Diário e a drenagem da Praça José Antônio Záchia. Após, a Mesa respondeu a
questão levantada pelo Vereador Luiz Negrinho, informando que por determinação
do Presidente da Casa, o Projeto sobre Serviço de Sanitários foi encaminhado á
Comissão de Constituição e Justiça, apenas para um esclarecimento. A seguir,
foram apregoadas: a Emenda n° 01, ao Projeto de Resolução n° 4/96 ( Processo n°
369/96), do Vereador Reginaldo Pujol e as Subemendas n°s 2 e 3 á Emenda n° 07
ao Projeto de Resolução n° 10/94 ( Processo n° 823/94 ), do Vereador João
Verle, Constatada a existência de “ quorum”, foi iniciada a PAUTA, Em Discussão
Preliminar, 1ª Sessão, estiveram: os Projetos de Lei do Executivo n°s 16/96,
17/96, 18/96 e 19/96, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 03/96,
discutido pelo Vereador Fernando Záchia, os Projetos de Lei do Legislativo n°s
23/96, discutido pelo Vereador João Verle, 42/96, 49/96, este discutido pêlos
Vereadores João Dib e Giovani Gregol, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 05/96, discutido pelo Vereador
Guilherme Barbosa; em 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo
n°s 126/95 e 39/96, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 02/96; em 3ª
Sessão esteve o Projeto de Resolução n° 05/96, discutido pelo Vereador João
Dib. A seguir, constatada a existência de “ quorum”, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Em continuidade, após ser encaminhado á votação pelo Vereador Artur
Zanella, foi aprovado Requerimento da Vereadora Helena Bonumá, solicitando seja
o Projeto de Emenda á Lei Orgânica n° 01/95, o último a ser votado na Ordem do
Dia. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda á Lei Orgânica
n° 02/95, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Décio Schauren. Em
Votação Nominal, esteve o Projeto de Emenda á Lei Orgânica n° 04/95, que após
ser encaminhado pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Motta, deixou de ser
votado por inexistência de “quorum”. `As dezessete horas e vinte e um minutos,
o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta - feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli,
Mário Fraga e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Reginaldo Pujol.
Do que eu, Fernando Záchia, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 17.04.1996.
- Após a
relação do material de EXPEDIENTE, deve ser acrescentado: “ (...)A seguir, o
Vereador José Valdir formulou Requerimento verbal, solicitando o retorno á
pauta de votação do Projeto de Emenda á Lei Orgânica n° 01/96, tendo o Senhor
Presidente prestado informações acerca da tramitação deste Projeto na Casa e
tendo o Vereador Mário Fraga manifestando - se a respeito do assunto(...)”.
-
Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Emenda á
Lei n 02/95, deve ser acrescentado o nome do Vereador João Dib á relação dos
Vereadores que discutiram este Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, quero fazer uma
solicitação de renovação de um Requerimento feito na ultima Sessão no sentido
de que V. Ex.a. determine a volta do PELO n° 01/96 de minha autoria, que altera
o art. 50 da Lei Orgânica e institui o orçamento participativo na Câmara de
Vereadores. Eu gostaria que ele voltasse á Pauta, visto que foi retirado, sem
votação, do Plenário e isso contraria o
art.99 e parágrafos, e o art. 94 parágrafo 3°, letra “ j “.
O SR. PRESIDENTE: Nos informamos a V. Ex.a. que o projeto encontra
- se na Comissão de Constituição e Justiça e naquela oportunidade houve uma
deliberação da Mesa determinando a subida do recurso de V. Ex.a., quando
encontrava - se na Presidência o Ver. Mário Fraga. Este Presidente, - inclusive
na própria reunião de Mesa que teremos, amanhã, nós vamos uniformizar uma
decisão sobre esta matéria - tem o entendimento que o recurso, na forma do art.
99, tem que ter a anuência, tem que ser submetido ao Plenário e votado. É o
entendimento deste Vereador, mas vale a deliberação, senão ficaríamos em
entendimentos distintos e em permanentes discussões, no entanto, como não há
prejuízo nenhum a V. Ex.a. , nós mantemos aquela decisão até uma definição
sobre a matéria. A informação sobre o Projeto de V. Ex.a. de alteração do
dispositivo da Lei Orgânica encontra - se na Comissão de Constituição e
Justiça.
O SR. JOSÉ VALDIR: Com todo respeito, Sr. Presidente, esse
procedimento atropelou completamente o Regimento porque qualquer recurso á
decisão do Presidente tem que ser
submetido ao Plenário conforme está límpido e claro no artigo 99 e no 94, e
isso não foi feito Alem disso tem uma questão de conteúdo, d mérito . Por que
ele foi retirado da Pauta? Porque havia problema, faltavam assinaturas e foi
sanado o problema no mesmo dia.
O SR. PRESIDENTE: Se V. Ex.a. me informa isso com a
responsabilidade do Mandato, eu vou solicitar, imediatamente, o retorno desse
Projeto, á Comissão de Justiça para ver se foi sanado. Se foi, efetivamente,
sanado, a falha apontada, de imediato, esta Presidência por ato “ ex - oficio”
determinará a inclusão do projeto na Pauta.
O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para
discordar do que o Ver. José falou, ele mesmo alega que havia falha no Projeto,
por isso, na Presidência dos trabalhos, retirei o Projeto de Pauta.
O SR. PRESIDENTE: A posição de V. Ex.a. é absolutamente correta,
não poderia prosseguir a Pauta, tendo e, vista que se tratava de alteração na
Lei Orgânica, do número de assinaturas
regimentais. E que há um fato subsequente e “a posteriori” que serviu de
recurso á Comissão de Constituição e Justiça e que, neste momento, informa o
Ver. José Valdir, que ele sanou a nulidade existente. Frente ao novo fato de
natureza superveniente, esta
Presidência está determinando a baixa dos autos para que ele retorne á
discussão preliminar de Pauta.
Registramos a presença, em
Plenário desta Casa, do ex-Deputado e ex- Vereador, João Severiano, Presidente
do Diretório Metropolitano do PDT.
. O SR. EDI MORELLI: Que muito nos honra
O SR. PRESIDENTE: Não há
dúvida nenhuma, Ver. Edi Morelli, que a presença dele é registrada para honra
desta Casa. Eu tenho certeza que a sua presença, neste momento, se deve á luta
dos funcionários da Caixa Econômica Estadual que, neste momento, na forma do
artigo 100, da lei Orgânica da Cidade de
Porto Alegre, Tribuna Popular, o seu representante, o Sr. Heraldo Lisboa
Mello e a Sra. Marta Rocha, diretora da Instituição, farão uso da palavra pelo
Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual, tendo por tema a demissão
de funcionários celetistas oriundos do Sulbrasileiro, Finhab e Habitasul.
Esta
Casa, no curso da sua história, tem tido uma posição e uma definição em defesa
desse patrimônio que é dos gaúchos, que
é a Caixa Econômica Estadual.
Nós, recentemente, em nome desta Casa, participamos dos atos comemorativos aos 35 anos da Caixa Econômica Estadual. Naquela oportunidade tivemos momentos para manifestar a nossa posição em relação ao reconhecimento dessa Instituição do nosso Estado. Neste momento, quando um conjunto de funcionários da Caixa Econômica Estadual acham - se na iminência de sofrerem uma demissão, evidentemente que esta Casa não poderia deixar de externar o seu apoio, o seu reconhecimento e se colocar á disposição do Sindicato para todas as medidas que se fizerem necessárias em relação a uma ação da Câmara de Porto Alegre, com o peso da sua representatividade e de seus Vereadores, juntamente com o Sindicato, para definir uma posição, não só em termos de manifestação das lideranças, mas de posicionamentos subsequentes em defesa do direito mais fundamental, hoje, nos nossos dias, que é o direito ao emprego que nós entendemos que, neste momento, acha - se ameaçado nessa circunstância.
Nós passamos a palavra ao primeiro orador,
dentro do prazo legal de 10 minutos, Sr. Heraldo Lisboa Melo do Sindicato. Com a palavra o representante do Sindicato.
O SR. HERALDO LISBOA MELO (Saúda os componentes da Mesa.) (Lê)
“Minha saudação fraterna ao Sr. Presidente da Câmara, vereador Isaac Ainhorn; aos demais integrantes da Mesa; senhores e senhoras parlamentares; senhores e senhoras!
Com entusiasmo ocupamos este espaço
democrático da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em nome do Sindicato dos
Servidores da Caixa Econômica Estadual.
Com indignação, entretanto,
temos que falar em demissões, recessão e desemprego, assuntos obrigatórios do
momento e que atingem várias categorias de trabalhadores.
Na visão do presidente
Fernando Henrique Cardoso e de seu “staff”, o Brasil está no caminho da
‘modernidade’, que inclui o enxugamento da máquina pública e da diminuição da
participação do Estado em diversos setores da economia e da sociedade. Em nome
desta ‘modernidade’, estão em andamento as reformas do Governo Federal.
Tivemos a quebra do monopólio estatal do
Petróleo, a abertura dos portos, a Lei das Patentes, a abertura ao capital
privado de setores, como as comunicações e a energia. No Congresso tramitam as
reformas da Previdência e Administrativa e o Governo já definiu parâmetros para
a reforma tributária.
Ajudado pela visão de ineficiência que alguns
conglomerados de comunicação procuram mostrar sobre o serviço público do
Brasil, o presidente Fernando Henrique, com a cartilha do neoliberalismo
devidamente estudada e anotada em uma das mãos, aproveita para promover um
encolhimento do Estado, enfraquecendo perigosamente sua participação em áreas
de vital importância. O privatismo, que está no bojo da doutrina neoliberal,
acaba apenas aumentando a parcela, já enorme e insuportável, dos excluídos.
Tirar do Estado seu papel social e deixar atuando o setor privado, cujo compromisso maior é com o lucro. Quem não puder pagar está fora! As comunidades que não garantirem lucro certo, ficam sem serviços! Esta é, em resumo, a orientação que tem pautado os grandes planejamentos feitos em Brasília.
O Presidente Fernando Henrique tem conseguido aprovar no Congresso tudo o que precisa para efetivar seus planos. Existe apoio e dinheiro em caixa! Nos estados o respaldo também tem sido fiel! No Rio Grande, o Presidente tem como aliado de primeira hora o governador Antonio Brito, que tudo tem para contentar seu amigo do Planalto. O Estado está quebrado; sua agricultura em frangalhos; parte de sua indústria devastada, como é o caso do setor coureiro-calçadista! Mas parece estar tudo bem, pois o Governador não bate na mesa!
Ao contrário. Cada vez que volta de Brasília, o
Governador traz uma novidade ruim para o Estado! Nos últimos tempos ele só
volta falando em demissões e diz que tem que cumprir a Lei Camata. Primeiro apresenta o Programa de
Demissões Voluntárias, porém já avisa que as dispensas obrigatoriamente terão
que ocorrer. Ou seja, o funcionário ou sai por bem ou vai por mal!
Entre as novidades, por
sinal, o Governador voltou de Brasília, numa de suas ultimas viagens, com 150
milhões de reais no bolso e um contrato assinado com a Caixa Federal em baixo
do braço. Sem mais aquela, passou o monitoramento e o controle das contas do
Estado para a União que também ficou com poder de reter rendas do Rio Grande,
caso não sejam cumpridas cláusulas do contrato verdadeiramente leonino! Mais um
bom negócio para o Governo Federal nas costa do Estado!
Nas decisões que tomou, o
Governador reservou um capitulo especial á Caixa Econômica Estadual. Foram
anunciadas 514 demissões de servidores celetistas não estáveis. Todos eles
estão na Caixa desde 1985, ocupam funções estratégicas e importantes cargos.
São oriundos dos extintos Sulbrasileiro, Habitasul e Finhab.
O Governo não lembrou,
contudo, que não é o Tesouro que paga os funcionários da Caixa. É a própria
Autarquia que arca com sua folha. Este é o primeiro equivoco. O segundo é achar
que a Caixa pode prescindir de 514 profissionais, quando a estrutura funcional
já é enxuta. Tanto há necessidade de funcionários, que a Caixa emprega 508
estagiários. Mas, o plano do Governo que pareça é demitir servidores
qualificados, o que poderá comprometer o funcionamento de diversas agências e impor severas restrições á área
de informática, por exemplo, que perderia, da noite para o dia, 40% de seu
pessoal. Com esta medida, a Caixa não conseguiria sequer fechar a
compensação diária de documentos
bancários!
Apontamos, por outro lado,
uma contradição nas ações do Governo. Anuncia o RS - Emprego, mas, em seguida,
divulga, uma medida que contribui para o desemprego! A Fazenda diz que a
arrecadação aumentou; que a divida foi renegociada e que a finanças do Estado
estão em ordem. Quase ao mesmo tempo divulga - se a decisão de promover
demissões, com a justificativa de que o Tesouro não tem dinheiro para atender
aos compromissos com os servidores.
Onde está realidade! Sem medo
de errar, afirmamos que o Governador está afinado com a cartilha de Fernando
Henrique e parece cumprir determinações expressas de colaborar em nível
estadual para o ‘modernismo’ do País. Já não há segurança; já não há saúde; a
educação enfrenta carências fundamentais. Porém, a ordem é enxugar; tirar o
Estado da prestação de serviços fundamentais. Diminui - se o quadro de
servidores; contribui - se para a pior na prestação dos servidores e - objetivo
alcançado - justifica - se a necessidade de passar tudo ás mãos da iniciativa
privada.
O Governador está prestes a se tornar um mero gerente! Mas que importa esta opinião! Estar bem com os amigos e suas idéias é o que interessa!
O Sindicaixa vem procurando
mostrar estes fatos! Junto com outras categorias e entidades ligadas aos
trabalhadores, tanto do setor privado, quanto público, procuramos denunciar
estas ações, cujos efeitos já estão previstos com muita antecedência e cujo
planejamento tem a mão de organismos como o Fundo Monetário Internacional.
Ao agradecer, finalmente, os
senhores e senhoras parlamentares, queremos registrar nossa inabalável
disposição de manter e procurar todos os dias mais aliados para uma luta que,
em última análise, não pertence a categorias isoladamente, mas a toda a
sociedade!
Abaixo o neoliberalismo! Abaixo as demissões! Abaixo o arrocho e o desemprego! Muito obrigado!”
(Não revisto pelo orador)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos a fazer
parte da Mesa o Sr. Haroldo Lisboa Melo. O Ver. Milton Zuanazzi está com a
palavra, em Liderança.
O SR.MILTON
ZUANAZZI:
Senhor Presidente e Srs. Vereadores.. meu prezado Heraldo, Presidente do
Sindicaixa, funcionários da Caixa Estadual que nos honram com a sua presença
neste Plenário. Falo em nome da nossa bancada, o PDT, também do nosso Diretório
Metropolitano, aqui representado por essa figura carinhosa e ilustre do nosso
partido, João Severiano. A Folha de São Paulo nesse domingo escreveu um extenso
artigo sobre o processo de privatização no Brasil de 1991 para cá. Mostrou que
entre todas as estatais vendidas arrecadou - se agora quase 14 bilhões. Não
chega a 14. Desses quase 14 bilhões arrecadados - e vocês lembram para quê,
porque o Estado era muito grande, precisava diminuir o mastodonte, este estado
pesado, quantas vezes ouvimos na Rádio Gaúcha que precisávamos diminuir essa
coisa pesada, lerda, lenta, que deixava o Brasil atrasado e pobre, fazendo com
que não pudéssemos investir em saúde, em educação, naquilo que o povo tanto
precisava - desses 14 bilhões, 3 bilhões e pouco foram m dinheiro mesmo, os outros
11 bilhões eram as moedas voláteis, moedas podres, como conhecemos, moedas que
não tinham muito valor e que foram aceitas na venda das estatais. Agora um dado
estarrecedor, que ás vezes me dá angústia de estar vivendo nisso e não
conseguir mexer nessa safadeza que estão fazendo em nosso País.
De 1991 para cá, no mesmo período, a divida
pública, que as estatais foram vendidas para abatê-las, cresceu neste País de 4 bi para 128 bilhões de dólares nesses 3 anos e meio, com os 14
que arrecadaram da venda das estatais. Onde está o Estado mastodonte? Para que
vender, se tinha que diminuir a máquina do Estado? O mais grave é para
valorizar as moedas podres que eles
aceitaram, esses 11 bilhões, o Estado, o Tesouro Nacional desembolsou 7
bilhões. Sete bilhões foram para valorizar as moedas podres e isto está
acontecendo na nossa cara, no nosso dia - a - dia e nós estamos apáticos, sem a
capacidade da indignação, da rebeldia, da revolta. Onde será que nós estamos?
Quando a gente olha a história desse nosso Rio Grande, que sempre foi o estado
que nessas horas de crise levantou - se transformou a história desse país,
agora nós estamos num estado, diante de um Governador que não nos lidera, que
vive batendo á porta do Governo Federal, que não dizer que as coisas estão
ruins diz que as coisas estão boas. Está bem no Rio Grande, acho que o Heraldo
falou a frase correta: “ Não há crise,
porque está tudo bem”. Não se assume crise, mas, de repente, não tem dinheiro
para pagar o funcionalismo, de repente,
a economia do Rio Grande tem se afundado e este estado não se levanta, o
Governo não se levanta, nós estamos diante de uma situação e, ai, o
discurso o Governo federal e o mesmo
desde o Collor, de vender, de desempregar. Agora, esta questão absurda que
chegou aos funcionários da Caixa, igual ao funcionários da CRT, da CEEE que têm
receita própria, que não estão nessa tal de Lei Camata, mas só se ouve falar na
Lei Camata. O Governador, ontem, estava na imprensa falando que, em função da
Lei Camata, ele é o brigado a atender, porque do contrário o Estado não pode
investir. O que a Caixa tem a ver com a
Lei Camata? O que os 60% de gastos com os servidores do Estado tem a ver com a
Caixa? A única coisa que tem a ver é que na Caixa são funcionários públicos.
Não é o mesmo fundo, não é administrado
da mesma forma, no entanto, são discursos e mais discursos para justificar um projeto, isto, sim, de fechamento da
Caixa, de encerrar as suas atividades, de fim dos nossos bancos estatais, de
centralização bancária e centralização de poder da República e, pior ainda,
centralizar para mandar tudo isto para aqueles que sempre mandaram no nosso
pais, que estão lá no exterior. Nós nos
rebelamos contra isso. Em nome da Bancada do
PDT, vocês têm a nossa solidariedade, entidade fundada pelo nosso
querido líder Leonel Brizola, vocês têm a nossa solidariedade e a nossa militância para resistirmos a esta
verdadeira desgraça que estão fazendo em nosso Pais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (EDI MORELLI): Está com a palavra o Ver. Jocelin
Azambuja, em Liderança.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Srs. Presidente Edi Morelli, Presidente Heraldo,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, colegas da Caixa Econômica Estadual, em nome da Bancada do Partido
Trabalhista Brasileiro e também como Presidente do Diretório Metropolitano do
Partido Trabalhista Brasileiro não poderia deixar de trazer a mesma mensagem.
Saúdo o companheiro João Severiano, ex - Vereador desta Casa e Presidente do
Diretório Municipal do PDT, Senhoras e Senhores, o Partido Trabalhista
Brasileiro tem uma história intima e direta com a Caixa Econômica Estadual,
porque foi sob o governo do Partido Trabalhista Brasileiro que a Caixa
Econômica Estadual foi constituída, foi
dentro das teses Trabalhista, dos ideários Trabalhistas que surgiu a Caixa
Econômica Estadual. Vejam, tive a honra
de, quando o Sindicato era apenas uma associação de funcionários da
Caixa, como assessor jurídico dessa associação, ainda na primeira administração
do companheiro Heraldo, mostrar na Justiça do Trabalho que os balanços da Caixa
eram todos manipulados. Quando ingressamos pela primeira vez na Justiça,
méritos ao trabalho da Associação que depois se transformou em sindicato, se
provou que no caso das gratificações de balanço havia uma grande manipulação e
os funcionários não recebiam o que lhes era de direito. Agora, a situação é a
mesma, há uma grande manipulação dos recursos da Caixa fazendo com que a Caixa
não possa crescer, não possa avançar. A par
desta política neoliberal que não satisfaz a nenhum de nós,
evidentemente, tem a prática das políticas dos governos que aqui estão no Rio Grande ao longo destes
trinta anos e que passam pelo poder e todos tentaram acabar com a Caixa, até
aqueles que ajudaram a cria - lá, porque, hoje, nos governos do PMDB e PDT
havia companheiros que eram petebistas, que eram trabalhistas, que ajudaram a
construir a Caixa. Então, temos que fazer essa reflexão interior. Porque nós,
que conhecemos, que vivemos a Caixa, em cada momento, sabemos que, na realidade,
esta é a grande verdade que está apontada no documento, a Caixa precisaria
ampliar o seu quadro, pois utilizaria mão - de - obra barata, o que todos os
governantes têm feito neste Estado, neste País, que são os estagiários, que se
faz aqui em Porto Alegre também, no Município; faz - se isso em todos os
lugares. Quem gosta do poder, quem administra o poder gosta muito de discursar,
mas quando chega na hora de praticar, esquecem todos os compromissos, aí fica
só o discurso político. Eu falava com o Governador do Estado na semana passada,
em uma reunião que tivemos, e dizia que o Governo dele havia perdido a grande
oportunidade de fazer a reforma administrativa, quando o ex-governador Pedro Simon, num ato de loucura - só posso
acreditar nisso - desprezou o censo do magistério, feito pela comunidade, pelo
CPERS- Sindicato, pela Federação do Circulo de Pais e Mestres, que apontou mais
de 10 mil irregularidades, funcionários que tinham que ser banidos do serviço
público, porque tem muita gente que não merece estar no serviço público, e
vocês sabem disso. Mas, simplesmente, o próprio Governo, que recebeu da
sociedade, imaginem, o Sindicato apontando as pessoas que deviam ser tiradas -
eu lembro, por exemplo, do ex.- Governador
Amaral de Souza, que se exonerou um dia antes do censo - pois pegaram e
engavetaram tudo, sumiram com todas as atas da Secretaria de Educação, com
todos só documentos. E/ ontem, ainda, pediam - me no Conselho Estadual de
Educação, as cópias desses documentos; estão todas arquivadas no CPERS-
Sindicato e na Federação do CPM do RS, com os nomes de cada um dos cidadãos. Eu
alertava o Governador de que não se pode cometer injustiças, sabemos que
existem funcionários que não devem estar no serviço público, isso sabemos, como
em todas as categorias profissionais existem pessoas que não merecem ostentar o
titulo, seja de funcionário, advogado, médico, seja o que for. Mas não podemos
cometer injustiças, e a Caixa Econômica
Estadual, se for cometido qualquer ato, desses que estão sendo pensados, seria
um grande erro administrativo, um grande erro político, e, pior ainda, um
grande erro econômico, porque é um banco de sustentação ao RS. A Caixa foi
criada não para dar lucro, mas para a prestação de serviços á comunidade, e
quando se falava em banco de fomento em Porto Alegre, eu alertava, que o banco
de fomento, primeiro, teria que ser trabalhado com o prestigiamento da Caixa
Econômica Estadual, voltando á sua origem verdadeira, que era o atendimento dos
microempresários, dos pequenos empresários, das pessoas que queriam iniciar
um negócio. E, aqui em Porto Alegre,
começou a discussão para criar um novo banco; criaram um banco municipal, mas
esqueceram de ir trabalhar com a Caixa Econômica Estadual, que era obrigação
primeira, dentro das funções sociais ás quais foi destinada. Por isso,
Presidente Heraldo, senhores funcionários da Caixa Estadual, reflitam
profundamente sobre essas questões e tenham o apoio do PTB. Estamos juntos
nessa luta e queremos a preservação da Caixa. Muito obrigado. ( Palmas
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do
Rosário está com a palavra. pela Bancada do PT.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores; Presidente do Sindicato, Sr. Heraldo Melo,
servidor aqui presente da Caixa Econômica Estadual. Toda a Bancada do PT
gostaria, hoje, de dirigir a palavra a todos os presentes, aos Srs. Vereadores,
sobre essa questão. Falo muito especialmente, em nome do nosso Partido, citando
cada um dos Vereadores, a Liderança do Partido, Ver. Henrique Fontana, Ver.
Guilherme Barbosa, todos os Vereadores do PT, porque o PT, de fato tem uma
posição clara de contraposição ao projeto neoliberal e uma posição clara de que
nós devemos, ativamente, consolidar um trabalho, uma luta, que tome as ruas
deste Pais em defesa da nacionalidade, da cidadania, dos direitos, da promoção,
e que, de fato, se contrapõe em todos os sentidos - a promoção humana e o desenvolvimento deste Pais - se contrapõe ao
projeto em curso pelo governo Fernando Henrique Cardoso e, no nosso Estado,
pelo Governo Antonio Brito. Faço questão de dizer a todos os senhores que, se
neste momento, nas diferentes repartições públicas, na Caixa Econômica
Estadual, na CRT, na CEEE, assim como no Meridional, na Vale do Rio Doce, na PETROBRÁS, em empresas públicas do Estado,
em empresas públicas federais, bate
forte o coração do servidor, preocupado com a possibilidade da demissão, o
servidor sabe que entrar no plano de demissões voluntárias ou no plano de
pressão para demissão, ou ser demitido no dia de hoje ou no dia de amanhã pode
significar meses e meses enfrentando o jornal, a fila do desemprego em função
da crise de recessão em que o nosso Pais vive em todo os lugares e, muito
especialmente, nós vivemos no Estado do Rio Grande do Sul. Se de um lado bate forte
o coração do servidor que tem esse medo e esta preocupação, e nós somos
solidários em relação a isso, o desemprego não é um problema que nos afeta
individualmente, não é um problema de cada um tem uma perspectiva social e é
determinado e canonicamente, conjunturalmente por um projeto de
desenvolvimento, um projeto político e econômico, articulado no plano
internacional, e que fala da globalização como se a globalização viesse a
beneficiar todo o cidadão, todo o trabalhador. A verdade da globalização é que
significa a exclusão da maioria da população, exclusão dos trabalhadores do
mercado de trabalho quando ela significa, de fato, um benefício dos grandes
grupos financeiros, dos grandes grupos econômicos em detrimento do Estado, em detrimento da população, em
detrimento dos trabalhadores. Não somente nós temos que nos preocupar com a
questão do desemprego; é hora de o Governador do Estado, de o Governo chefiado
por Antonio Brito; é hora de o Governo federal, de o Governo chefiado por
Fernando Henrique Cardoso começarem a se preocupar, Presidente Heraldo,
porque tanto os servidores públicos
como os trabalhadores deste Pais estão dispostos neste momento, a organizar uma
grande frente que tome as ruas de fato, exigindo o desenvolvimento com
igualdade, exigindo o fim da concentração de renda, exigindo movo projeto
econômico para este País, que garanta a melhoria da condição de vida da
população e supere os discursos eleitorais que ficam á margem da realidade.
O que nós temos a dizer a
todos vocês é que é hora dos governos começarem a se preocuparem a mobilização
que a Caixa Econômica Estadual faz neste momento, com a presença dos senhores
na Câmara Municipal de Porto Alegre,
com a presença da CRT na última segunda - feira, também, nesta Casa, os mais de
dois mil funcionários da CRT que estão
ameaçados de demissão nos próximos dias. Todo o funcionalismo público que está
sob ameaça é um setor que pode se colocar, como estão - se colocando, hoje, os
servidores públicos federais que estão em greve, neste momento nas ruas,
exigindo novas políticas do governo e exigindo que o governo coloque a sua cara
frente á população e demonstre o seu projeto que está em detrimento do conjunto
da população, beneficiando os grandes grupos, como já fez na área da
Previdência Social como está fazendo do ponto de vista da reforma
administrativa e como faz hoje, quando trata da questão dos funcionários
públicos do Estado. Não são os funcionários públicos do Estado e nem da União
os responsáveis pela grande crise que se abala sobre o Estado e o Brasil. Vamos
parar, de fato, com essa balela e colocar os pingos nos “is” . O que tem a
dizer para vocês o PT nesta tarde, nesta Tribuna Popular, é que nesta Casa,
como em todas as fileiras, no movimento social, nós devemos ser companheiros na
contraposição ao projeto neoliberal e companheiros tanto dentro das
instituições, com a força que podemos ter, mas especialmente, nas ruas, porque
o movimento contra o desemprego deve tomar as ruas deste País, no sentido de
colocar na parede governantes como Brito e Fernando Henrique Cardoso, que estão
de costas para o Estado do Rio Grande
do Sul e para a nação brasileira. Muito obrigado.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra, pela Bancada do PPS.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
SR. Presidente, Srs. Vereadores, prezado companheiro Haroldo Melo, Presidente
do Sindicato dos Funcionários da Caixa
Econômica Estadual; funcionários da Caixa. Nós tivemos segunda - feira, aqui,
nesta Tribuna popular, a presença de representantes do Sindicato dos
Telefônicos. Hoje estamos tendo a presença do Sindicato da Caixa Estadual. Nos
próximos dias, provavelmente, teremos outros sindicatos de categorias
perecidas; todos num processo de catarse, que, por enquanto, é o que nos resta.
Só não sabemos até quando vai esse processo de catarse.
Quando é que a sociedade vai
resolver agir com mais efetividade contra tudo isso que está se abatendo sobre
as nossas cabeças?
Esse projeto dito neoliberal
que o governo brasileiro está adotando e, por extensão, o governo do Estado, é
uma das grandes balelas da nossa época.
Nem os chamados países liberais do mundo adotam isso que estão adotando
aqui. Nós estamos chegando atrasados, mais uma vez, na história e cometendo os
equívocos que outros já cometeram e que já corrigiram.
Os grandes países, os mais
desenvolvidos, não estão adotando essa técnica que estão querendo-nos impingir.
Os aparelhos de estado dos principais países do mundo estão, cada vez mais,
interferindo no processo de ordenamento econômico de seus respectivos países. E
aqui, para nós, estão recomendando o contrário. Temos que enxugar o Estado, o
Estado está muito grande, o Estado está desmesurado. Eles nos dão a receita,
mas eles não a praticam e nós, ingenuamente, estamos indo atrás dessa balela, e
o mundo financeiro, estão, é o que mais aplica essa história.
O processo da Caixa
Econômica Estadual é um grão de areia nessa engrenagem. O que querem esses
senhores? Querem o amassamento, o esmagamento de uma roda da engrenagem que
facilita a vida de toda uma coletividade, no caso o Estado do Rio Grande do
Sul. É inegável o serviço que Caixa Estadual tem prestado ao desenvolvimento do
Rio Grande, nesses mais de trinta anos de existência. E não é a Caixa,
instituição em si, é o seu corpo funcional que faz isso andar e é esse que está
sendo penalizado. Hoje se confunde desenvolvimento com enxugamento. O
enxugamento traz, como conseqüência, o desemprego, a desaceleração da economia.
Nós estamos andando para trás e não para frente . É
muito bom e esta Casa tem servido de Caixa de ressonância a esses movimentos,
porque é uma instituição bicentenária que tem peso na opinião pública da
Cidade, do Estado e até do Pais. Porque o que sai daqui pode até não ser uma
voz tonitruante, mas é uma opinião e essa opinião a Casa tem e oferece á
campanha dos funcionários da Caixa no sentido de se manter a instituição e de
se coibirem os verdadeiros abusos que estão sendo cometidos, que estão
cometendo contra a CRT, contra a Caixa, hoje já estão cometendo contra a CEEE e
amanhã contra outras instituições públicas do Estado. O pior de tudo - e é isso
que eu tenho reclamado - é quando chegar a hora de juntar os pedaços. Porque
agora é muito fácil de estilhaçar instituições como esta, e depois, para
corrigir? Quem vai ter a força
suficiente para juntar esses pedaços e recompor o tecido econômico, social e
político deste Estado? Temos que olhar com muita atenção para os que nos governam hoje, porque eles parece que têm um prazer enorme em
considerar a sociedade como uma massa ignorante, amorfa, incapaz de reagir e,
por isso, fazem tudo o que estão fazendo.
Eu só não sei até quando. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Raul Carrion está com a palavra, em Liderança.
O SR.
RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; prezado amigo Heraldo; funcionários da
Caixa Econômica Estadual.
Para nós é uma satisfação poder estar aqui, em nome da Bancada do PC do B,
trazendo a solidariedade á luta da Caixa. Solidarizamo-nos, em particular, com
o pronunciamento do Heraldo que nos pareceu muito lúcido, preciso, indo, não
numa questão corporativa - olhando só o “ umbigo” da Caixa - mas colocando a
problemática da Caixa dentro da grande questão da luta contra o neoliberalismo,
que é o pano de fundo de mais este ataque - que não é o primeiro, e não será o
último - contra a Caixa Estadual.
Anteontem esteve aqui o GINTEL; outro dia
esteve o Sindicato dos Metalúrgicos; e a questão é sempre a mesma: a política
deliberada, consciente, “ modernosa”, de desemprego, de sucateamento do Estado
Nacional, que esse governo
“vende-pátria” de FHC vem seguindo
No “ Correio do povo” de hoje vemos para onde
está indo o dinheiro que falta nesse Estado: numa página inteira do Correio do
povo - e que deve estar em todos os demais jornais: “Empregado ou empregador:
Você decide.” Parece programa de TV... Se quiser se demite, se não quiser, será
demitido... É essa a decisão que você tem a fazer!
Eu ainda diz aqui, como demorei quando veio o GINTEL: “ aproveitamento das
novas oportunidades” e, também, “ para abertura ou fortalecimento de negócio
próprio”. Vocês, não estão decaindo, ao serem demitidos. Vocês estão tendo uma
ascensão social! Não mais serão assalariados; serão donos do próprio;
empresários! Gritem de alegria!...
Percebem a farsa, a hipocrisia? Antes, quando
havia desemprego, os governantes lamentavam e tentavam solucionar. Hoje, querem
que vocês festejam a alegria de “ se transformarem em empresários”... Quando
sabemos que os pequenos e médios empresários estão na hora da morte;/ os médios
estão quebrados; o empresáriado rural está sendo sucateado. Até os bancos, que
estavam bem, estão indo abaixo! Quem sabe vocês montam um banco ou uma grande
empresa?
Esse Governo, ao invés de atacar o desemprego
- ele, que é o causador - promove - o; busca 150 milhões de reais do
Governo Federal ao custo como denunciou
muito bem o Ver. Milton Zuanazzi no
outro dia de penhorar a autonomia do Estado do Rio Grande do Sul, que não tem
mais autonomia para governar, para gerar empregos.
Quando
denunciava “ RS - Emprego “, falei de pirotecnia, de estardalhaço com
cobertura da mídia. Esse Governo tomou dinheiro para demitir mais gente ainda.
O que diz a Lei Camata? Que 60% no máximo
devem ser gastos com pessoal. Mas, para cumpri - lá há dois caminhos: pode - se demitir, diminuindo os gastos com
pessoal, e pode se arrecadar mais. Eles mesmos confessam: para cada real
arrecadado, um é sonegado. Saiu no jornal: Nelson Proença é um dos maiores
devedores do Estado em ICS. Isso quer dizer: “a raposa está cuidando do
galinheiro.” Fica difícil! Que peguem o sonegador, os que estão sonegando o
dinheiro do povo, que falta para a saúde, para estradas, para salários dignos!
Que cobrem dos devedores!
E tem mais - e isso já foi dito aqui -:
quando mais se entrega o patrimônio público, quanto mais se entrega o País,
mais cresce o déficit público, mais cresce a divida interna e externa, mais
cresce o desemprego, a recessão e a miséria neste País. O caminho de vender
patrimônio não leva a nada - já disse o Ver. Milton Zuanazzi. No orçamento,
divulgado na semana passada, tem - se que, dos 313 bilhões do gasto federal,
167 - mais de 50% - São para pagar os banqueiros, para pagar a divida interna e
externa. Então, onde está a crise do déficit do funcionário publico?
Queremos concluir dizendo que este processo
de demissão dos funcionários da Caixa Econômica é um processo que visa
inviabilizar a Caixa, para liquidar com ela. A agressão não é contra os
funcionários, é contra a Caixa Econômica, e contra o Rio Grande do Sul. Porque,
como o Brizola já disse com clareza, a Caixa é a única que o Banco Central não
pode intervir; o Banrisul já está prometido e o Meridional já estão entregando:
100% para o capital externo, e 90% vai ser com moeda podre, que não vale nada!
E, hoje, saia na televisão que na Light, os acionistas minoritários vão receber
o dinheiro em moeda somente, porque a Justiça decidiu, que ninguém pode ser
obrigado a aceitar o pagamento do seu patrimônio com moeda. Só o Governo FHC é
que aceita! Toda a solidariedade a vocês. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Próximo Vereador inscrito,
pelo PMDB, Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores: Ilustre Presidente Heraldo; Servidores da Caixa Econômica do
Estado; Senhoras e Senhores.
Um dia e depois o outro, velha. Ouvimos, em primeiro lugar, a Vera.
Maria do Rosário e, por último, e Ver. Raul Carrion, que estiveram com o PMDB,
COM Brito, com Proença, em 1992. E a ingratidão, é o discurso fácil. Se a Vera.
Maria do Rosário estivesse, ainda, no PC do B, se o PC do B, Ver. Raul Carrion,
estivesse coligado nesta campanha de 96, 0 discurso, Senhoras e Senhores,
amigos da Caixa Econômica, o discurso seria outro, muito outro, e noutro rumo,
tenho certeza disto.
Ah ingratidão! Um dia e depois o outro.
Ouvimos logo depois o querido Ver. Milton Zuanazzi e o Ver. Jocelin Azambuja, ambos dizendo qual o partido
que criou a Caixa, ambos os partidos criaram e instituíram a Caixa Econômica, e
diziam da preocupação com a Caixa. Aqui não se está tratando da extinção da
Caixa. Até porque, se PTB ou PDT criou a Caixa, tenho certeza de que será no
Governo do PMDB que nós faremos o melhor Governo para o levantamento da Caixa
Econômica Estadual, aqui no Rio Grande do
Sul. Um dia e depois o outro. O PT; o ET, eterno. A Vera. Maria do Rosário
falou em Fernando Henrique, falou em Antonio Brito e esqueceu do PT, o ET,
junto á EPATRUR, quando tentaram, enrolaram e discursaram por dois anos,
querendo extinguir a EPATUR. Isso V.
Ex.a. esqueceu! E esqueceu de mencionar o Governador do Distrito Federal, do
PT, o ET esqueceu de mencionar o Governo do Espirito Santo, do PT, o ET, que
inclusive, no Espirito Santo, quer privatizar uma série de setores e também a segurança pública, isso ouvi e
li. Discursos, discursos e discursos!
Por outro lado, nós do PMDB, que faremos o
melhor Governado do Rio Grande do Sul, precisamos, e é indispensável que os
Deputados Estaduais do PT do Rio Grande do Sul façam o que fazem os Vereadores
do PMDB de Porto Alegre, Vera. Clênia, Ver. Fernando Záchia e eu, dar sugestões
e idéias, pois se tratou da Providência Social do País e ninguém pode achar
certo gente com 40 anos se aposentando, de pai para filho, como temos casos.
Precisamos reformar sim, precisamos de criticas, mas precisamos também de
sugestões - e eu não vi nenhuma. Eu até agora só vi voto contrario. Assim não
se faz oposição. Nós precisamos, no Governo do Estado, de criticas, mas também
de sugestões.
Para concluir, gostaria de
dizer que é a mobilização que faz com que se leve á sociedade, ás autoridades,
os anseios e as postulações de cada um de nós, e nós, acreditamos que essa
decisão pode e até deve ser revertida como uma mobilização dos servidores, e é
exatamente isso que os Senhores estão
fazendo. Eu parabenizo os Senhores. Agora, não vamos atrás de discursos assim:
se estão coligados conosco, o discurso é um: quando vão para outro partido, o
discurso é outro. Isso não leva a nada. Parabéns a vocês .E a bancada do PMDB
da Câmara Municipal de Porto Alegre está junto com vocês para discutirmos o
tema com o Governador do Estado, com a Câmara Municipal, com o Prefeito
Municipal. Para reverter e analisar
conjuntamente aquela proposta de extinção da EPATUR e colocar na rua todos os
serviços da EPATUR, como aqui se tratou durante dois anos. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Américo Leal está com a palavra pelo PPB.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós aqui estamos
tratando sintomas e trabalhando com conseqüências. Um problema muito mais
sério: São Paulo a locomotiva do Brasil, o Governador Mário Covas cogitara
intervenção Federal, e, se dispõe a entregar o governo. O governo de São Paulo!
Alagoas também está prestes até a intervenção. Toda a república se assanha e
está prestes a cogitar a intervenção. O que está acontecendo com o Brasil? O
problema não é somente com a Caixa Econômica Estadual. O problema é nacional, é
internacional. Porque essa famigerada onde neoliberal apossa - se das nações que não pertencem ao grupo dos sete e,
repentinamente, sacode todo mundo. São treze trilhões de dólares que
esvoaçastes cogitam de localização do seu capital. O que pode suceder ao mundo?
Reparem que os governos dos estados, das nações, ficaram pobres e os capitais
ficaram muito ricos. Deslocou - se complemente o mando das coisas. Praticamente
as nações do mundo não podem mais empregar, não podem mais fazer obras sociais,
não podem mais cuidar das coisas que deveriam cuidar porque não podem sequer pagar
os seus próprios funcionários. Alei Camata é um exemplo: 60% da folha vai com o
pessoal, mas o problema é que a folha não aumenta. As arrecadações do Estado
não permitem aumentar a folha. Então, a compressão tem que ser feita sobre os
empregados, sobre os funcionários e isso é trágico. Os governos ficaram fracos.
É preciso que o mundo se compenetre disso e que através de impostos, se faça
uma cobrança efetiva sobre o capital do mundo. Capitais que não tem nome, não
bandeira, não se sabe quem são, especulam a todo momento através de
computadores, ameaçando a soberania das nações mais pobres, mais indefesas. O
que é que podemos fazer? Reagir, enquanto é tempo. Nós estamos aqui tratando os
sintomas, mas o mal é muito maior. Não sou um neoliberal e nem um socialista.
Posso falar á vontade. A hora é de grande expectativa: o que vai acontecer com
o mundo? Para onde vamos? Não sei. Quem pode travar a ganância do grande
capital? Não sei. Alguma coisa tem que se fazer. Os governos têm que se tornar
mais fortes. Nós temos que fazer exatamente o contrario do que recomenda o
neoliberalismo, nós temos que fortalecer os governos, os estados, as nações, em
detrimento do capital. Temos que fazer isso. Absolutamente, não é uma idéia
socialista, é uma idéia nacionalista patriótica. Nós temos que fortalecer os
nossos governos, o dos estados, o da União, do Brasil, da Argentina, do
Paraguai, do Chile, de todos os países de terceiros mundo. O capital tem que
ceder lugar, tem que ceder á supremacia
do seu império para que os governos sejam fortes outra vez. Lembram - se
dos tempos da revolução? O governo era forte. O milagre brasileiro existiu. Não
fosse o problema do petróleo enjambrado
pêlos Estados Unidos, hoje nós teríamos o Brasil uma potência. Isto é
para botar o PT no seu verdadeiro lugar para que ele fique quieto e saber que
quem está falando aqui é um Coronel nacionalista e patriótico. Então, meus
Prezados Vereadores e demais pessoas, o grande objetivo é fortalecer os
governos, independente de Partidos, de ideologias. O momento é Nacionalismo, a
qualquer preço e a qualquer custo. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, em Liderança.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nas últimas 48 horas por duas
oportunidades eu mostrei que, certamente, não haverei de ser nunca um político
prestigiado pela mídia e aplaudido pelo povo. Há 48 horas atrás, depois de ter
me pronunciado, nesta Casa, a respeito da minha posição sobre os episódios do
Banco Meridional fui estimulado a comparecer á manifestação pública, á
passeata, á comício que se realizou na tarde de segunda - feira e a mais
estimulante das propostas era aquela que me assegurava que, certamente eu
estando ao lado da Presidência da Casa, do ilustre Ver. Isaac Ainhorn, com toda
a certeza, deveria ocorrer, pelo inusitado da presença de um liberal, naquele
momento, a apresentação da minha foto, na primeira página do jornal, como
apareceu a de V. Exa. não cedi aos estímulos e permaneci na Casa, como havia
dito, depois de ter feito para os Anais da Casa a minha posição.
Hoje, algumas pessoas mais sábias, mais
experimentadas na vida pública, me diziam: “Ora, Pujol! Tu não tens que falar
nesta hora. Se falares, vais te enrascar. Ou ficarás solidário com esses moços,
essas moças, com os funcionários da Caixa, muitos dos quais tu conheces, já
foste atendido por eles nos guinches das várias agências, ou ficas solidário
com eles e diz ao Ver. Airto Ferronato que tu és mais um daqueles que aplaudem
na hora da vitória, o Governo que fazes parte e depois dás as costas, ou tu te
posiciona na compreensão das dificuldades de um Governo que teu Partido
participa e com isso anulas todos o discurso que fizeste.” Corro esse risco
de em uma ou em outra hipótese a minha
posição ser questionada, mas não fico na omissão, e no silencio, quero dizer
que em grande parte me alinho ao pronunciamento do Ver. Airto Ferronato dizendo
que mais do que discursar nessa tem que se trabalhar em cima do problema. Eu
tenho a expectativa de quem é otimista em relação aos homens de que não se
tenha essa medida generalística que
alguns apontam da tribuna no
prenúncio do caos como uma regra a ser assumida pelo Governo do Estado, vou
discutir com ele nas instâncias devidas, sou companheiro, ingressei com o meu
apoio no grupo político que apoiou Antonio Brito para chegar ao Governo do
Estado, minoritário nessa Casa, se de alguma coisa não pode ser acusada é
de ajudar a eleger Antonio Brito, não
ajudou, nem está ajudando a governar, e nós adiante dessa crise enorme, nós que
apoiamos Antonio Brito no segundo turno das eleições governamentais de 1994,
nós que com o Dep. Germano Bonow Filho estamos dando a nossa parcela,
contribuição na Secretaria do Meio Ambiente da Secretaria do Estado, não
podemos fugir da responsabilidade, Ver. João Dib, que somos responsáveis dos
atos dessa administração, agora tudo isso, eu que não fujo de enfrentar os
assuntos não vai fazer com que eu me cale quanto a essa mistura geral, absoluta
que se faz dos assuntos. Hoje vieram aqui os funcionários da Caixa Econômica do
Estado pedira solidariedade dos vereadores.
Não tenho porque a negar, a Caixa Econômica do Estado não é nenhum
BANESPA da vida, não é nenhum BANERJ, não é nenhum Banco Econômico, ( Palmas.),
não é nenhum destas instituições onde a corrupção e o desmando se caracterizou. Tenho muito respeito pelos
funcionários da Caixa Econômica do Estado
e sem fugir com os meus compromissos, sem fugir com a lealdade que eu
tenho com o governo que apoio vou procurar ver, não pelo discurso, mas pela
ação, contribuir para que o pior não aconteça. Muito obrigado. ( Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Casa revela indiscutivelmente, nas manifestações de suas lideranças, a
maturidade e nível político da representação política da Cidade de Porto Alegre
aos funcionários da Caixa, ao Presidente do Sindicato, servidores da Caixa
Econômica Estadual que neste momento nos honram com a sua presença na Mesa
Diretora dos trabalhos, creia que estaremos atentos a todos os atos que s
refiram a esse problema das demissões, e estaremos á disposição dos senhores
funcionários para colaborar nesta luta ao direito ao trabalho.
É importante registrar, uma vez que já foi
informado equivocadamente, que os servidores da Caixa Econômica Estadual são
pagos com recursos da própria instituição. Aconteça o que acontecer; esse fato
tem que ser registrado e reconhecimento por toda a sociedade.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de ordem): Gostaria de requerer, da
mesma forma que fizemos com os servidores da CRT, estiveram na Tribuna Popular, na segunda - feira, a
Comissão Contra o Desemprego desta Casa, da qual sou Presidente, convidaria o
Presidente do Sindicaixa para os
debates que acontecem nesta Casa através dessa Comissão Especial. Para tratar
sobre as demissões na CRT.
O SR.
PRESIDENTE:
Em nome desta Mesa Diretora, colocamos toda a infra - estrutura desta Casa á
disposição do trabalho que V. Exa,
Vera. Maria do Rosário, e seus pares, na Comissão contra o Desemprego,
estão levando a diante.
Agradecemos a presença de todos. Suspendemos
os trabalhos para as despedidas.
(Foram suspensos os trabalhos ás 15h19min.)
O SR.
PRESIDENTE ( ás 15h 30min ): Estão reabertos os
trabalhos.
O SR. PEDRO
AMÉRICO (Questão de Ordem ): Quero me congratular com V. Exa. por reconstituir este Plenário com poltronas
verdes-oliva. Fico profundamente sensibilizado com esta indisfarçável simpatia
que V. Exa. manifesta por essa cor que é a minha predileta.
Amanhã ás 16h, o Exmo. Sr. Comandante do
Comando Militar Sul vem a esta Casa para se despedir dos Vereadores e penso que
V. Exa. interromperá a Sessão, convidando os Vereadores para estarem presentes.
O SR.
PRESIDENTE:
Agradeço a cortesia e o apoio de V. Exa. para algumas medidas que foram tomadas
no curso dos trabalhos desta Casa, sendo que uma delas foi a reforma das
poltronas verde - oliva em combinação com a cortina que se assemelha com uma
das cores da nossa bandeira, porque é um verde diferente.
Convido os Srs. Vereadores para estarem
amanhã, ás 16h, no Salão de honra da Presidência, quando recebemos o Comandante
Militar Sul, General Mário Sérgio Rodrigues que estará apresentando nesta Casa,
assim como fez junto ao Governador do Estado e á Presidência da Assembléia, as suas despedidas formais do
Comando Militar Sul.
O SR. PEDRO
AMÉRICO (Questão de Ordem): Ele vai comandar o material bélico do Governo.
O SR
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Liderança.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero utilizar a Comunicação de Liderança
do PSDB, hoje, para registrar, antecipar e agradecer á Prefeitura Municipal de
Porto Alegre.
Não é inédito, Ver. José Valdir, V. Exa. me
conhece e sabe que eu sou sério e sempre que eu posso registrar o que é feito,
eu o faço com muita satisfação, talvez até maior por ser oposição do que se eu
fosse situação.
Quer dizer, eu quero registrar e agradecer à
Secretaria Municipal dos Transportes, sobretudo à pessoa da Dra. Nívea
Oppermann, mas também a toda a equipe que trabalhou com o assunto, muito
especialmente ao pessoal da Carris, o Dr. Túlio Zanin, mas também à Dra.
Cristina, porque eu posso anunciar formalmente, hoje, desta tribuna, inclusive
a pedido deles, que, no domingo, próximo, a linha de ônibus da Cia. Carris
Porto-alegrense do Jardim do Salso, a linha PETRÓPOLIS/PUC, que, em dezembro,
havia sido modificada no seu trajeto por força da retirada da casinha do
terminal, junto ao Hospital São Lucas, a linha, no domingo, volta a circular no
seu trajeto anterior, beneficiando os moradores do Jardim do Salso, que
passaram dezembro, janeiro, fevereiro, março e boa parte do mês de abril sem
ônibus. E agora graças a todo um trabalho que nós desenvolvemos, provocado pela
Associação de Moradores eles voltaram a circular. Quero registrar, também a
sensibilidade do Dr. Túlio, pois, quando entrou a frota nova dos ônibus da
Carris, houve a troca dos ônibus que trabalhavam na linha específica do Jardim
do Salso. São três ou quatro carros que o Dr. Túlio reconheceu, numa reunião
que tivemos na SMT, há um mês atrás, que era a parte pior da frota da Carris.
Quer dizer, os cacos velhos, aqueles que estão à beira da saída, já com
sobrevida, além dos treze anos, eram exatamente os ônibus que serviam o Jardim
do Salso. Se ele não colocou ônibus zero, colocou os ônibus, como ele dizia,
bem menos velhos e, portanto, desde logo melhorou a linha.
E, por outro lado, Ver. Lauro Hagemann, como
conseqüência daquela reunião, nossa, da quinta-feira passada, que foi
propiciada pela CUTHAB - Ver. Luiz Negrinho, V.Ex.a. que é também membro da
CUTHAB e que gentilmente concordou com o encaminhamento do Ver. Pedro Ruas, que
é o Presidente da Comissão - nós agendamos uma nova reunião com a Direção da
PUC, com a Direção da Carris, para que nós fôssemos ver no local o lugar onde
seria posta a casinha para os trabalhadores da Carris destas duas linhas. Fomos
recebidos pela Professora Lauri, que è a Pró-Reitora de assuntos comunitários.
Ela já estava trabalhando com duas professoras da FAMECOS no sentido de
estruturar a pesquisa que vai ser desencadeada nos próximos dias. Inclusive, se
reformulou toda a linha da pesquisa. Vamos fazer pesquisas com passageiros dos
ônibus, do táxi - lotação, além dos motoristas que chegam na PUC. Ampliou-se
profundamente a pesquisa. Vai-se ter um universo de pesquisa muito mais
conseqüente. Sexta-feira próxima , pela manhã, elas voltam a ser
reunir, a Dra. Cristina e as professoras da PUC, para estruturar a linha final
de pesquisa. Creio que em maio teremos início dessa pesquisa com alunos da PUC
trabalhando.
Infelizmente não poderá ser um projeto da
própria cadeira de projetos porque já está estruturado. Já estamos na metade do
semestre. Serão mobilizados alunos e professores. Domingo começa de novo a
linha PETRÓPOLIS/PUC pela antiga rota - descendo a Cristiano Fischer e tendo o
seu terminal na PUC, porque a PUC aquiesceu. Ela cede, não apenas o espaço, mas
cedeu até a casinha. Hoje, inclusive, fomos no prédio 30, onde estava
depositada uma antiga casinha de excelente qualificação. Vai ser melhor do que
a que tinha antes. É uma casa de cerca de 5 metros quadrados, que poderá ser
pintada com as cores da Carris, se assim quiser a empresa, isso dito
formalmente pelo professor Berlitz. Fomos ao lugar onde vai ser posta a casa. O
professor, hoje à tarde já vai providenciar a luz. Vamos tentar fazer uma
puxada de água também, porque às vezes tem algum ônibus sujo, de algum
passageiro que se sentiu mal e tem que ser limpo ali. E o mictório, também foi
resolvido a questão, graças aos mictórios do prédio 64. Está resolvido o
problema. Espero que esse seja o primeiro passo para reformular toda a situação
do transporte coletivo que se encontra ali, porque a idéia é depois fazer a
junção das duas linhas: Jardim do Salso com Petrópolis /PUC.
Quero deixar registrado o meu agradecimento,
sobretudo a seriedade com que a PUC e a Carris desenvolveram esse projeto, cada
um cedendo um pouco, e casa um buscando juntar o esforço para respeitar o
interesse dos moradores do Jardim do Salso. Quero registrar minha expectativa
de que domingo o pessoal do Jardim do Salso retome sua linha de ônibus. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Luiz Negrinho em Liderança.
O SR. LUIZ
NEGRINHO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu trouxe vários assuntos para informar e também
ser informado. O primeiro deles diz respeito ao projeto Serviço de Sanitários
que foi aprovado na 2ª feira e que de alguma maneira este projeto retornou para
a Comissão de Justiça para um parecer a uma Questão de Ordem. Eu não lembro, em
momento algum, naquela oportunidade, se houve alguma Questão de Ordem. Estranho
e para cima de mim, não . Em 2º lugar, já que o Ver. Antonio Hohlfeldt esteve aqui presente na tribuna e
falou do transporte, eu quero falar de um transporte que está sendo executado
na nossa cidade à luz do dia, irregularmente, e não é tomada nenhuma
providência. Estou falando em nome de todos os transportes de alunos para a
ULBRA em que a VICASA se instalou abertamente na nossa cidade sem autorização e
também está fazendo esse transporte irregular para o município de Canoas .
Esperamos providências. No programa João Bosco Vaz, no último sábado, assisti
ao Ver. João Bosco mostrando um abaixo - assinado com 5 mil assinaturas pedindo
uma linha alternativa pela Av. Diário de Notícias e quero trazer aqui porque
lembro muito bem quando era representante no |Orçamento Participativo, foi uma
das primeiras providências que nós solicitamos e eu achei nos meus documentos
datados no dia 12-09-91, na prioridade n.º 01, implantação de transporte
regular coletivo ao longo da Av. Diário de Notícias e até hoje também nada foi
feito. Outra coisa, pedi que tirassem umas fotos na Praça José Antonio Záchia,
que é próxima a minha residência, onde havia prioridade na restauração da sua
dranagem, isso ocorreu em 1991. Os canos, desde 1992, estão dentro da praça e
nada foi feito.
Quero elogiar o engenheiro Eraldo Rabaça,
chefe da Sessão de Manutenção dos Telefones Públicos da CRT, quando tomou a
iniciativa de retirar os orelhões de locais onde ficam fechados; lembro de uma
oportunidade em que um orelhão que era para servir à comunidade estava dentro
da sala de um professor. É uma iniciativa excelente e daqui eu o parabenizo
pela iniciativa.
Em nome da UMESPA trago um convite. Ás quintas-feiras
existe um projeto. O Centro Popular de Cultura da UMESPA convida artistas
gaúchos e eu tenho sido o único Vereador que tenho assistido. Então, pediram
para eu fazer o convite para que todos assistam e amanhã, às 20h, haverá o
projeto CANTARENA.
Não há tempo para falar sobre o documento
referente à Vila São Judas Tadeu, por isso vou deixá-lo para sexta-feira. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Edi Morelli): A Mesa responde à questão levantada pelo Ver. Luiz Negrinho, da
tribuna, no que diz respeito ao projeto de sua autoria, foi votado sim, por
determinação do Presidente da Casa, que no momento exercia a presidência dos
trabalhos. O processo foi encaminhado à Comissão de Justiça apenas para um
esclarecimento.
Passamos à
PAUTA
1ª SESSAO
PROC. 0896/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO N.º 016/96, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho,
pertencente ao Quadro Celetista em Extinção no Departamento Municipal de Água e
Esgotos, e dá outras providências. (Motorista)
PROC. 0904/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/96, que altera os limites da AF de Interesse
Público 37 e ajusta os limites do Corredor de Comércio e Serviços 51 e do Pólo
de Comércio e Serviços 75 da UTR 45 da UTSI 35.
PROC. 0957/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO N.º 017/96, que cria cargos na Administração Centralizada do Município, e dá
outras providências. (Auxiliar de Enfermagem)
PROC. 0958/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO N.º 018/96, que altera a especificação da classe de cargos de Agente de
Fiscalização, constante na Anexo I letra “b” da lei n.º 6309, de 28 de dezembro
de 1988.
PROC. 0612/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N º 023/96, de autoria
do Ver. Milton Zuanazzi, que regula a cobrança de multa moratória por atraso no
pagamento dos tributos, serviços e fornecimentos prestados pelo Município, e dá
outras providências.
PROC. 0870/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/96 , de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que
modifica o art. 12 da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de 1987,
suprimindo o parágrafo único e acrescentando dois parágrafos, para definir as
construções que devem ter ramal predial individualizado por economia.
PROC. 0871/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N.º 042/96 , de autoria do Ver. Henrique Fontana, que denomina
Rua Júlio Stregue um logradouro irregular localizado na Vila Esperança, Bairro
Sarandi.
PROC. 0959/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO N.º 019/96, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do
Município, e dá outras providências. ( Fonoaudiólogo )
PROC. 0937/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N.º 049/96, de autoria do Ver. João Dib, que obriga os locais
de venda de combustíveis a afixar seus preços em cartazes, e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2336/95 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N.° 126/95, de autoria da Vereadora Helena Bonumá, que
institui o Programa “ Linhas de oficio” no Município de Porto Alegre.
PROC. 0809/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 002/96, que acrescenta o inicio V ao artigo 161 da Lei
Complementar n° 43, de 21 de julho de 1979, ( guaritas de segurança)
PROC. 0812/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO N° 039/96, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que institui o
Dia da Cultura Racional no Município de Porto Alegre.
3ª SESSÃO
PROC. 0397/96 - PROJETO DE
RESOLAÇÃO N° 005/96, de autoria do Ver. João Dib, que institui o “ Concurso Anual ' Sioma
Breitman ' de Fotografia”. Com Emenda n° 01
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Está em pauta, no dia de hoje, um Projeto de Lei
que apresentei no dia 4.4.96, que obriga os locais de venda de combustíveis a
afixar seus preços em cartazes, e dá outras providências. O próprio Vereador - Presidente já havia me
dito que não precisava mais, porque o Governo, depois da apresentação de
Projeto de Lei da Câmara, resolveu, numa Ordem de Serviço, fazer com que os
postos tivessem que colocar essa placa. Mas é Ordem de Serviço. E Porto Alegre
- e por isso não retirei - merece que uma lei determine e, depois, pôr um
Decreto, como será feito. É que Porto Alegre tem muitos postos de gasolina. Tem
demais. E não é só Porto Alegre, o Rio Grande do Sul como um todo tem postos de
gasolina em número excessivo. Não temos veículos para que tantos postos estejam
aí tentando abastecer, mas estão aí e precisam ser protegidos, regulamentados,
fiscalizados. E é função da Prefeitura, que autoriza a instalação do posto,
fazer com que ele seja fiscalizado. Por isso não retirei o Projeto de Lei, já
que parte do seu objetivo foi atingido quando da edição de uma resolução do
Governo Federal. Aliás, acho que não foi do Governo, foi do Conselho Nacional
do Petróleo.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V. Exa. permite um aparte? ( Assentimento do orador.) Sr. Ver. João Dib, eu
tenho a impressão de que o seu projeto nunca foi tão necessário como agora,
porque os postos de combustíveis de Porto Alegre não estão cumprindo a Portaria
n° 19, do CNP. Então, se tiver uma lei, eles serão obrigados a colocar,
visivelmente, o preço da gasolina, do óleo diesel e do álcool. Acho que V. Exa.
não pode retirar o projeto e nós temos que lhe dar todo o apoio. Hoje mesmo, de
manhã, passei por vários postos e não tinha a placa indicando os preços dos
combustíveis.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato ao Ver. Pedro Américo Leal que vem ajudar o meu ponto de vista.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V.
Exa. permite um aparte? ( Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Dib, eu
entendo que há uma competência concorrente da matéria, uma vez que os postos de
gasolina estão adstritos a normas do CNP - Conselho Nacional de Petróleo -
portanto, por um instrumento normativo, se tornou obrigatório o uso do valor
dos combustíveis afixados em tabela. Agora, justiça seja feita, e o reconhecimento
a V. Exa., pois a primeira vez que eu ouvi falar sobre o assunto foi através do
jornal Correio do Povo, onde V. Exa. fazia o registro de ter ingressado com o
projeto no protocolo da Casa. Eu acho que há competência municipal, até porque
os postos de gasolina, em sua estrutura e seu funcionamento, são, normalmente,
reguladas por lei municipal. Concorrente, portanto, a competência legal e
regimental.
O SR. JOÃO
DIB: Sou
grato a V. Exa. A Câmara deve estar atenta àquelas coisas que dizem respeito ao
interesse do cidadão porto-alegrense.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho um
Projeto de Resolução e que está em terceira sessão de pauta e para o qual eu
solicitei urgência... É o que institui concurso anual “ Sioma Breitmann” de
fotografia. A proposição é que se faça fotografia de Porto Alegre em preto e branco, porque o artista mesmo
vai revelar a fotografia em preto e branco e essas fotografias sejam expostas,
anualmente, na Semana da Câmara, na primeira semana de setembro, aqui, para que
nós possamos guardar a história de Porto Alegre em fotos que serão, por certo,
cada vez mais bonitas. Por isso eu
pedi, para este projeto, urgência. Eu havia estabelecimento um prêmio de seis
salários mínimos para o primeiro colocado, totalizando dez salários mínimos
para os três primeiros colocados e evidentemente as fotos ficariam para a
Câmara. Mas a Procuradoria da Casa me
informava que, por configurar despesa, eu precisaria de anuência da Mesa.
Então, eu fiz uma emenda dizendo que os
prêmios serão estabelecidos pela Mesa, o que tornou o projeto legal e
regimental. Por isso eu estou pedindo urgência e espero que a Câmara, ainda
este ano, na sua semana, possa promover uma exposição de fotos em preto e
branco dos melhores lugares desta cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Apregoamos a Emenda n° 01 ao PR n° 04/96. O objetivo é a correção do nome do
homenageado, que não é Glauco e sim Glaucus.
Apregoamos a Subemenda n° 2 á Emenda n° 7 ao
PR n° 010/94, que institui o Código de Ética Parlamentar, suprime as letras B e
D das proposta veiculada pela Emenda n° 7. ( Apregoa a Justificativa da Emenda
n° 7 ao PR n° 010/94.)
Com a palavra o Ver. Fernando Záchia, para
discutir a Pauta.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Está em Pauta o Proc. 0904/96 - Projeto de Lei
Complementar do Executivo n° 003/96, que altera os limites da AF de interesse público 37 e ajusta os
limites do Corredor de Comércio e Serviços 51 e do Polo de Comércio e Serviços 75 da UTR 45 da UTSI 35.
“ O presente projeto de lei decorre de
solicitação do Grêmio Futebol Porto- Alegrense que requer a definição do regime
urbanístico para “ área funcional de interesse público, gravada em função de
seu Parque Esportivo. Tal solicitação, conforme manifestação do clube, vem do
interesse pela regulamentação de seu patrimônio construído. Paralelamente,
manifesta o interesse pela possibilidade do desenvolvimento de atividades
comerciais na área, dando oportunidade a investimentos que possam proporcionar uma
geração extra de recursos para a entidade, notoriamente sabida, sem fins
lucrativos.”
Ali descreve toda a área do Estádio Olímpico,
que é composta a área administrativa, de piscinas, de vestiários e estádio,
destas, apenas os vestiários possuem plantas, atualmente, aprovadas pelo
Município.
Ora, o que eu quero manifestar é que está
correta a posição do Executivo quando tem a preocupação da regularização destas
áreas de um clube extremamente importante dentro do contexto de Porto Alegre,
mas contraditoriamente está postura não é adotada no Estádio Beira - Rio, Ver.
Guilherme Barbosa. O Internacional - e falo com muita propriedade tem hoje uma
área conflitada com a Prefeitura de longos tempos, o próprio Ver. Clovis tentou
mediar por diversas oportunidades essa
situação, para que pudesse ir lá regularizar a área em torno do Estádio Beira
Rio que o Internacional tomou conta, esse é o termo utilizado pelo Executivo,
de uma maneira imprópria. O Internacional tem desenvolvido alguns projetos,
dentre eles o da construção da vila olímpica, dentro da área regular do clube,
dentro da área escriturada do Internacional. O Internacional não está
construindo a Vila Olímpica nessa área litigiosa, nessa área que há a discussão
entre o Internacional e a Prefeitura. O
Internacional constrói a sua Vila Olímpica, que é um projeto importante, porque
vai abrigar cento e oitenta menores que vão desenvolver a sua atividade
profissional. A área conflitada é na
avenida do ex.-Prefeito Alceu Collares, entre a Avenida Padre Cacique e a
Avenida Beira Rio. A Vila Olímpica é construída ao lado do posto de gasolina,
na área do clube, na área escriturada. Só que a Prefeitura Municipal embargou a
obra porque o posto de gasolina não tem alvará - foi construída durante a
administração popular, no governo do ex. - Prefeito Alivio Dutra aquela área na
frente do parque náutico. Embargou uma área do Internacional, na minha visão e
na minha avaliação de uma maneira errada, porque não pode impedir alguma coisa
que é regular porque existe um passado irregular.
São duas coisas distintas. O posto de
gasolina não é explorado pelo Internacional, ele não teve o seu habite - se
solicitado pelo Internacional e, muitos menos, alvará. É uma empresa de
combustível. No Grêmio, o tratamento é diferenciado. A Prefeitura está correta
em regularizar aquela área do Grêmio, que é irregular, como também era, parte
do Internacional, mas ao Grêmio não se proíbe nada, não está se trancando nada.
E inadmissível. Dois pesos, duas medidas. Não podemos ter atividades diferentes,
quando os casos são semelhantes. O Grêmio está fazendo uma lei complementar
para poder regularizar uma situação que está anormal. Parece-me que o
Internacional não tem preferência do Executivo; parece-me que o prefeito e o
Vice-Prefeito são colorados. Então, eles querem mostrar que não torcem para o
Internacional e tratam o Internacional
de uma maneira diferenciada. Nisso nós perdemos porque os critérios são
desiguais. Quando houver os mesmos critérios, o Internacional jamais perderá.
Deixo, então, registrado, Ver. Morelli: está havendo tratamento diferenciado
pela Prefeitura Municipal. Ao contrário, o Internacional tem uma obra em
andamento paralisada, porque há um litígio com um posto de gasolina, com o qual
o Internacional nada tem a ver. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver.
João Verle está com a palavra.
O SR. JOÃO
VERLE: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Hoje, em primeira sessão de Pauta, temos o
Projeto de Lei do Ver. Milton Zuanazzi, que regula a cobrança de “multa
moratória por atraso no pagamento dos tributos, serviços e fornecimentos
prestados pelo Município”. Esse Projeto diz que a multa não pode exceder 1% do
valor do principal.
Entendemos que, num período em que a inflação
é reduzida, uma multa, um percentual elevado tem um peso grande para o
contribuinte. Esse é um dos argumentos apresentados pelo autor do Projeto.
Entendemos que a multa não pode ser muito baixa porque a finalidade dela é,
exatamente, desestimular a inadimplência. Se a multa for muito baixa num
período em que a inflação também é baixa, a inadimplência vai crescer, É
preciso que haja uma penalidade, para que o contribuinte tenha estímulo para
quitar seus débitos. Nesse particular, entendo que o Projeto não atende aos
interesses do Município. É verdade que temos, hoje, uma situação de penúria
financeira, desemprego, baixos salários, e por aí afora. Mas, nós não podemos
fazer com que o Poder Público, no caso o Município que tem condições melhores
de ser fiscalizado, e o é, venha a ter prejuízo com esta situação.
Quero tecer um comentário sobre o projeto,
enquanto projeto de lei. Essa multa está estabelecida no Código Tributário do
Município, que é a lei complementar 7/73 e modificações subsequentes. Embora
não sendo jurista penso que a hierarquia das leis estabelece que uma lei
ordinária não pode modificar uma lei complementar. Neste particular estaria
prejudicado, também, o projeto do Ver. Zuanazzi.
Por outro lado, a Procuradoria da Câmara dá
um parecer contrário por vício de iniciativa, na medida em que segundo a nossa
lei orgânica, é privativa do Chefe do Poder Executivo a iniciativa de
legislação que trata desses assuntos de natureza tributária. É possível, em
todos o caso, que a sanção, se houver concordância do Executivo, possa eliminar
esta falha que entendemos pode ser utilizada, inclusive, como estou fazendo
agora , contra lei.
O Sr. Artur
Zanella:
V.Ex.a. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para ampliar o debate,
já foi discutido na Comissão de Finanças a questão dos 10 % em função da venda
dos terrenos. Nós aplicamos uma multa por atraso de pagamento, de 10%. V.Ex.a.
deve-se lembrar que em determinado caso até se baixou. Acho que 10 % é muito,
mas 1% é pouco, porque é menor que a inflação.
Só para lembrar um assunto de Pauta, escutava
há pouco o Ver. Záchia, sobre a questão dos projetos pontuais a respeito do
Plano Diretor. Tendo em vista a
existência em Pauta de um projeto sobre a alteração do Plano Diretor,
encaminhei pessoas lá no Planejamento, que me informa que neste semestre ainda
não vem o Plano Diretor para a Câmara Municipal, o que vai dar um tumulto na
Cidade, porque uma série de projetos estão parados, esperando o encaminhamento,
e se fala sempre em semana que vem. A informação que se tem é que o prazo para
chegar no gabinete do Secretário é 30 de junho, o que fará com que esta
Legislatura não consiga analisar, de forma adequada, as alterações do Plano
Diretor.
O SR. JOÃO
VERLE:
Nobre vereador, vou comentar, inicialmente a primeira parte do aparte, dizendo
que a multa, no caso do IPTU é de 15%, e que no caso dos terrenos tenho o
registro de que foram mantidos os 10%, e inclusive argumentei na ocasião com os
mesmos elementos que estou trazendo agora, e que quero que os Srs. Vereadores
sobre eles reflitam. Em relação à segunda parte do seu aparte, embora não
esteja discutindo o assunto, entendo que sendo importante o Plano Diretor como
é, e com isso todos concordamos, e a discussão que se dá na Cidade é bastante
profunda, é possível que haja uma demora na remessa. Se chegar aqui no segundo
semestre V.Ex.a, tem razão que a sua discussão ficará prejudicada e só na
próxima legislatura teríamos condições de fazer essa discussão, o que em parte,
talvez, até seja bom, na medida em que o momento eleitoral pouco favorece não
só a discussão como, inclusive, pode haver a influência maior do que a que
habitualmente sofremos discussões. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. José Valdir está com a palavra. Desiste.
Ver. Décio Schauren. Desiste. O Ver. Giovani Gregol está com a palavra pelo tempo que lhe cede o Ver.
Edi Morelli .
O SR. GIOVANI
GREGOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Agradeço a atitude de V.Ex.a. , para que este
Vereador também possa falar, até para não perder o hábito e o uso de falar na
tribuna, já que é difícil um vereador comum fazer uso da palavra.
Eu queria falar um pouco do projeto que está
em Pauta, de autoria do Ver. João Dib, que trata do preço dos combustíveis
praticados na nossa Cidade, mas também em nível nacional. O Vereador pede a
fixação dos preços. É uma questão de direito dos consumidores, até porque eu
sou um dos membros d Comissão de Direito dos Consumidores e dos Direitos
Humanos. Certamente, este projeto, que vem muito a calhar, foi inspirado desse
verdadeiro descalabro, nesse verdadeiro descontrole que o Governo Federal,
aliás, como em outros casos, provocou de modo próprio, sem necessidade alguma,
sem ser premiado por nenhuma urgência ou necessidade. O Governo Federal já
esteva dividido como sempre, nós sabemos que no Governo Federal a Fazenda e a
equipe de Planejamento não se entendem e o Banco Central já é outra turma.
Então, o Governo estava dividido e resolveu liberar os preços. Os adeptos da liberação
diziam que não haveria problema nenhum, que
e a lei do mercado. Alias, sempre a lei do mercado, essa fantasia dos
neoliberais, não que não haja mercado, mas em produtos tão importantes e tão
oligopolizados como o petróleo e seus derivados, absolutamente, não há mercado.
O mercado mundial é controlado por sete, todos sabem as sete grande irmãs, quatro delas são norte -
americanas, uma é holandesa, outra é inglesa, e a sétima não me lembro bem qual
a nacionalidade, mas que controlam o monopólio que regula os preços do mercado
internacional, ás vezes com influencia dos países árabes, mas nem sempre com
uma inflação oficial, pelo menos, de menos de 1%, tivemos aumentos de até 30%
no custo final ou no preço de venda ao consumidor da gasolina e outros derivados.
Tudo porque o Governo Federal, dito por ele, quer salvar alguns usineiros que
já estão causados de receber subsídios á produção, ao plantio, á
industrialização, á produção do álcool, do açúcar e outros derivados da cana,
e, hoje, como esses derivados não dão mais lucro, ou dão pouco, lucro, estão
abandonando o mercado e deixando o programa pró - álcool afundar. Que ,aliás, é
um programa que tem algumas coisas interessantes e outras muito ruins, mas para
isso o Governo fez essa quixotada liberando os preços.
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? ( Assentimento do orador.) Vereador, na verdade, o
Governo quis liberar a PETROBRÁS de um bilhão e duzentos milhões de reais de
prejuízo anual. Se fosse privatizada totalmente, não daria essa contribuição;
O SR. GIOVANI
GREGOL: Eu
respeito a sua opinião, como sempre, mas não teria essa certeza. Como não tenho
dados sobre o assunto, não vou confronta - lo neste momento. De fato, as
distribuidoras não quiseram baixar seus preços e o Governo confiou na mão
invisível do mercado, no qual não se pode confiar, principalmente num setor
monopolizado como esse, ou seja, houve irresponsabilidade. V. Exa. está
querendo consertar na ponta que nos cabe, que é a do usuário, isso no município
de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com uma ausência e três desistências na Pauta, o Ver. Guilherme Barbosa está
com a palavra.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta tem um projeto de minha
autoria que, na verdade, representa uma outra forma, com conteúdo um pouco
diferente, de um outro projeto que eu já havia apresentado. O anterior como Lei
Ordinária e este, agora, como Lei Complementar que para ter que modificar uma
outra, a Lei Complementar n° 170/87, com
o objetivo de corrigir uma injustiça que se faz, na minha opinião, na emissão
de contas de água nas coletivas. O método atual que faz o DMAE, a CORSAN e a
quase totalidade dos órgãos públicos de
abastecimento de água tratada no País,
é emitir a conta para os usuários das moradias coletivas pela média de consumo,
sem poder considerar atualmente as variações existentes entre as várias
economias. Famílias pequenas pagam o mesmo que famílias grandes, apesar de,
muitas vezes, terem um consumo menor. Os que controlam o consumo da água, os
que policiam o sue vazamento, terminam pagando exatamente o mesmo daqueles que
não fazem qualquer controle, aqueles que chegam mesmo a desperdiçar água. O
Projeto anterior que eu tinha apresentado pretendia, todas as moradias
coletivas e condomínios horizontais, estabelecer a obrigatoriedade da medição
individual.
Por minha iniciativa abriu-se um longo debate com a
área técnica, na cidade, projetistas na área hidráulica e também com o
Departamento Municipal de Água e Esgotos e nós vimos que ainda há algumas
questões menos técnicas e muito mais administrativas a resolver e deixássemos
essa colocação em todos edifícios, qualquer que fosse a altura deles, nós
teríamos ainda alguns compiladores para o DMAE, embora tecnicamente, em termos
de projeto de construção, os debates mostraram que estaríamos com tudo
resolvido. Mas para não estabelecer nenhum problema para o Departamento
Municipal de Água e Esgotos, preferi modificar e restringir um pouco a
abrangência do Projeto, mas que será, sem dúvida, um avanço na justiça
tributária, ou melhor dizendo na justiça tarifária, na cobrança da água e
esgoto. O Projeto tem um horizonte de trabalhar com aqueles imóveis que têm o
térreo e mais três pavimentos e condomínios horizontais, isso porque seria uma
discussão técnica longa, nem todos conseguiriam entender, mas nessas condições
nós teremos possibilidade de colocar o higrômetro junto á calçada, ao
alinhamento predial, como se faz hoje em qualquer moradia individual, portanto,
o hidrômetro continuará sendo do DMAE, que continuará a fazer a manutenção e a
leitura, o que talvez não fosse possível quando tivéssemos uma edificação muito
alta. Então, reduzimos a abrangência desse Projeto, o universo que ele vai
atingir, mas já teremos um avanço muito significativo trazendo a justiça
tarifária nessas possibilidades. Qual é a justiça tarifária que pretendemos? E
que se pague exatamente o que se consumir. Quem gastar mais deve pagar mais.
Quem gastar menos deve pagar menos. Hoje ,pela média, termina acontecendo que
quem gasta menos paga mais do que
deveria e quem gasta mais termina pagando menos do que deveria. É essa a
situação atual e esse nosso Projeto vai corrigir, numa grande parcela de nossas
construções futuras, isso é importante dizer, essa injustiça que hoje se
comete. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Havendo quorum, passamos á
ORDEM DO DIA
A SRA. HELENA
BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que o pelo n°001/95 seja o ultimo processo a
ser votado.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.). O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para encaminhar.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Em nome, acredito, da maioria da bancada do PDT, nós somos favoráveis ao
adiamento temporal, no dia de hoje, para que seja esse o último processo a ser
definido, porque nos dará mais tempo para examinar o mesmo, pois me parece que
esse Projeto cria um precedente grave nesta Casa e constitui, nesta Casa, um
poder paralelo, Então, é bom que ele seja votado ao final, porque, se aprovado,
vai introduzir um novo sistema: que aquele que não é votado tem, praticamente,
mais força do que aquele que conseguiu os votos. Há pessoas que questionam o
Orçamento Participativo por interferir nesta Casa. O Projeto da Vereadora
Helena e pior, porque institui, na Lei Orgânica, alterações no sistema de
funcionamento desta Casa, cerceia o direito dos Vereadores e cria uma Comissão
Permanente que não está prevista em lugar nenhum, nem na Lei Orgânica, nem no
Regimento Interno. Então, é interessante que fique para o final, porque o
Projeto altera a Lei Orgânica e, na
minha opinião, mutila os direitos dos Vereadores desta Casa. Se aprova com a
Emenda que acerta essa situação, ai coloca, na Lei Orgânica, uma coisa
facultativa que é pior ainda, porque no primeiro terá a posição oficial de que
estamos criando um impedimento, um empecilho para esta Casa; no segundo,
criamos um empecilho optativo, sem maior correção da Lei Orgânica que é a nossa
Constituição. É extremamente oportuno o Requerimento da Vera. Helena Bonumá, ao
qual a bancada do PDT é extremamente favorável, para que seja discutido em
último lugar hoje, para que os Vereadores tenham mais tempo para examinar essa
questão que é extremamente grave, que vai trazer um precedente muito grave para
está Casa, e que vai criar aqui uma Comissão Permanente, pela Lei Orgânica, o
que é um suicídio político-administrativo que esta Casa vai cometer. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento da Vera. Helena Bonumá. ( Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. ( Pausa.) APROVADO.
A Mesa esclarece a questão do PELO n° 01/96,
de autoria do Ver. José Valdir, que altera o parágrafo único do art. 50, da Lei
Orgânica. Sanado em oito de abril, após já ter cumprido duas Pautas. O
Processo, quanto ás assinaturas, foi sanado o número de assinaturas básicas,
indispensáveis para a tramitação deste Processo. O Ver. Reginaldo Pujol
formulou á Comissão de Constituição e justiça Questão de ordem, recorrendo da
decisão da Presidência, que determinou o procedimento do processo legislativo
referente a este Projeto de Emenda á Lei
Orgânica, após sanado o vicio de iniciativa. Onze assinaturas para a
propositura. O Vereador, autor da Questão de ordem, entende que as etapas
decorridas, autuação, apregoamento, Parecer prévio da Auditoria, primeira e
segunda Pauta, deveriam ser refeitos.
Este pedido de Recurso foi deferido pelo
Presidente. No entanto, há o Dispositivo do Artigo 99 do Regimento Interno que
estabelece isso. Já houve Casos no âmbito da Comissão de Justiça, que devolveu
processos, cujo Recurso não tinha sido submetido ao Plenário, de deliberações
da Mesa e da Comissão, da Presidência da Mesa, no caso o Recurso foi sobre uma
decisão da Presidência, não foi submetido ao Plenário. Então, nos temos duas
alternativas. De qualquer maneira, há o Recurso da Comissão de Justiça, embora o Presidente tenha deferido
Recurso naquela oportunidade, mandando subir á Comissão de Justiça.
O Ver. Reginaldo Pujol quer saber da Comissão
de Constituição e Justiça se aqueles atos praticados, 1° e 2° Pauta, sem o
preenchimento das assinaturas correspondentes para tramitar, são válidos ou
não. É uma questão, evidentemente, para a Comissão de Justiça. Agora, para ir
para a Comissão de Justiça o Recurso, tem que ser submetido ao Plenário.
O Artigo 99 estabelece que o Recurso deverá
ser feito. “ Provocar o Plenário á modificação da decisão tida como
desfavorável por ato da Mesa, da Presidência ou das Comissões, e o Recurso
deverá ser feito por escrito, com Justificativa, encaminhado á Mesa para
decisão do Plenário.” O corre que o Recurso, neste caso, foi feito em Questão
de Ordem. Portanto, nesse tipo de situação, o recurso tem que ser encaminhado á
Comissão de Justiça, e depois sobre ele fala o Plenário. Nós mantemos a decisão de ouvido da Comissão de
Justiça.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente. Tivemos uma decisão do Presidente de determinar que tão logo fosse
sanado o problema que determinou a
retirada da Pauta, que o Projeto voltasse á Pauta. A Questão de Ordem do
Vereador foi um Recurso, na verdade, que ele anunciou como Questão de Ordem,
mas um Recurso á decisão do Presidente. Está bem claro. V. Exa. disse há pouco
que se eu, de fato, tivesse sanado o problema técnico que determinou a
retirada, que o Projeto voltaria á Pauta. Já temos a segunda decisão do
Presidente, que de novo volta atrás. Acho muito grave isso, porque toda vez que
eu tiver interesse que determinado projeto não tenha a devida celeridade aqui
dentro na tramitação, simplesmente eu anuncio uma Questão de Ordem, peço para
recorrer á Comissão de Justiça, e ele fica lá na Comissão á mercê do ritmo de
funcionamento da Comissão. Acho que estamos criando um precedente muito sério.
O SR.
PRESIDENTE:
Estamos, com isenção e responsabilidade, tentando conduzir os trabalhos desta
Casa, e gostaria de dizer a V. Exa. que, quando afirmei que se era tão somente
o problema das assinaturas e não houvesse outro, automaticamente ele viria á
Pauta. Ocorre que quando o processo chegou ás minhas mãos, tomei conhecimento
de que havia uma Questão de Ordem em que o Ver. Reginaldo Pujol encaminhava um
recurso para saber se os atos praticados no processo, sem as assinaturas,
prestavam ou não, do ponto de vista formal e esta questão é está na Comissão de
Justiça. Quando ao vicio das assinaturas, está totalmente sanado o projeto
quando a isto. Ocorre apenas saber e é uma matéria importante, se a primeira e
segunda Pauta, se o parecer prévio da Auditoria, a autuação e o apregoamento,
eu até tenho um posição pessoal sobre isto, mas não é uma questão de posição
pessoal sobre essa matéria nova e foi mantida no dia da Sessão plenária, dia 8
de abril, é que a Comissão de Justiça deve se manifestar, não mais sobre a
questão das assinaturas, esta está totalmente sanada.
O SR. NEREU
D’ÁVILA (Questão de Ordem): É exatamente onde V. Exa. parou que eu desejava
aditar. V. Exa. tomou uma decisão anterior, dando um tipo despachado
saneador quando aceitou que o
suprimento das assinaturas voltava ao Plenário onde estava o processo. Correto,
V. Exa. Só que V. Exa. não é obrigado a saber e é obrigado a enviar á Comissão
de Justiça nos termos do art. 99 e seus parágrafos do Regimento quando há
recurso de decisão, inclusive, do Presidente. Foi o caso do Ver. Reginaldo
Pujol. Aí, V. Exa. tem que remeter á Comissão de Justiça e posteriormente ouvir
o Plenário. V. Exa. não pode decidir sobre um recurso. V. Exa. andou bem
quando, primeiro, decidiu do suprimento das assinaturas, mas um recurso nos
termos do art. 99 que remete á Comissão de Justiça. V. Exa. está absolutamente
correto.
O SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro: primeiro, que V. Exa. esclareça ao Plenário
sobre que terá a Comissão de Justiça
para tratar deste tema que V. Exa. envia lá porque os Vereadores ficam
absolutamente numa situação de muita instabilidade. Esta Vereadora e é o 2°
requerimento que faço, teve um projeto na Ordem do Dia colocado, um projeto que
trata sobre a ampliação do horário de atendimento bancário e já passam mais de
6meses em que este projeto esteve na Ordem do Dia para votação e por
requerimento, se não me engano, do Ver. Nereu D' Ávila nós tivemos o parecer do Ver. Reginaldo
Pujol sobre a matéria enviada para Comissão de Constituição e Justiça e há seis
meses não se ouve falar neste Plenário. Eu lhe pergunto onde está esse projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. desarquivou o processo?
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sim, está desarquivado.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu acho que V. Exa. tem toda razão por que há prazos regimentais a serem
cumpridos. Esse processo foi encaminhado em 10 de abril de 1996 para á Comissão
de Justiça. Infelizmente, até esta data não houve designação de relator. Vou
fazer um apelo ao Ver. Airto Ferronato no sentido de que designe um relator que
tem cinco dias para emitir o parecer. São prazos rigorosos e que vamos exigir o
seu cumprimento para não haver prejuízo e concordo com V. Exa. no trabalho dos
Vereadores.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Questão de Ordem): Estou preocupado por que há coisas estranhas na Casa. V. Exa. afirma
que não foi nomeado relator. Eu perguntei várias vezes para a Comissão se o
projeto já havia chegado lá e fui informado pelo Presidente da Comissão de que
ninguém sabia do projeto. Depois , descobri lá na Comissão um despacho assinado
e o projeto teria chagado no dia dez e que no dia onze teria sido nomeado como
Relator o Ver. Elói Guimarães que não sabia que o projeto estava com ele. Se as
coisas continuarem assim é preferível entrarmos com um novo projeto por que se
todas aquelas partes que não são afetadas pelo erro técnico cometido, por um
requerimento, na verdade um recurso á decisão do Presidente, mas que se usa
como subterfúgio a expressão " Questão de Ordem " e com isso não se
cumpre o disposto no Art. 99 e passa sem votação, cada Vereador vai poder usar
deste expediente quando lhe interessar e dificultar a tramitação dos projetos
nesta Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. tem razão. Na condição de Presidente eu reconheço a preocupação de V.
Exa. Eu estranho que a Questão de Ordem foi formulada em nove de abril. O que
existe é a verdade dos autos do processo. Em dez de abril o Setor de Comissões
encaminhou á CCJ, e no carimbo do Relator não há designação de Vereador
Relator. A Mesa tem tido toda a consideração com V. Exa. , não fazemos
considerações ou comentários de espécie alguma. V. Exa. tem o direito de usar
os tempos regimentais que são a Questão de Ordem e o Requerimento.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Requerimento): Requeiro que V. Exa. me informe se já não esgotou o prazo para a CCJ
nomear o relator.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa recebe o Requerimento verbal de V. Exa. e informa que o prazo de expedição
do relatório não está fluindo porque não foi nomeado o relator. A minha dúvida
é qual é o prazo que tem o Presidente para designar o relator, responderei
oportunamente ao requerimento formulado por V. Exa.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Quero contribuir para o bom andamento dos
trabalhos, está pendente a análise de um recurso, por nós regimentalmente,
interposto a uma decisão da Mesa. Para demonstrar que não há nada pessoal neste
Requerimento, o que nós queremos é contribuir para que as coisas andem
normalmente na Casa, alertado que está dos equívocos que foram procedidos neste
processo, solicito á Mesa que considere a desistência do recurso, fazendo por
escrito, se necessário, e, de uma vez por todas, dirimindo esse problema.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa, em primeiro lugar, coloca que o Presidente da Comissão tem um prazo de
4 dias úteis para designar, dentre os membros da Comissão, os relatores para
fins de parecer. Já passou o prazo.
A Mesa recebe a desistência do recurso do
Ver. Reginaldo Pujol e defere, de plano, e em face da mesma, determina o
retorno do presente projeto imediatamente á tramitação normal e regimental.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): Nos precisos termos do art. 99 e seus parágrafos, desejo recorrer da
decisão que V. Exa. acaba de tomar á Comissão de Justiça, como um direito
legitimo outorgado a cada um dos 33 Vereadores. Como muito bem disse V. Exa. há
poucos instantes a matéria recursal
requer esclarecimentos Comissão, visto que vai servir de jurisprudência
para futuros, inclusive de recursos á LOM ou de modificações, saber exatamente
se é um ato arbitrário do Presidente mandar que prossiga de onde está ou se
ele, como eu penso, deve recomeçar porque foi um erro original. Recorro á
comissão de Justiça nos termos do art.99 nesta Questão de Ordem da decisão de V. Exa. em mandar um processo
prosseguir de onde ele está.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não precisa orientação. A Mesa já deferiu o Requerimento, determina a
autuação em autos apartados e recebe o presente Recurso sem efeito suspensivo.
DISCUSSÃO
GERAL
1ª SESSÃO
PROC. 1647/95 - PROJETO DE
EMENDA Á LEI ORGANICA N° 002/95, de autoria do Ver. Décio Schauren, que dá
nova redação ao caput do art.17 da Lei
Orgânica do Município, que dispõe sobre a administração pública.
Parecer Da Comissão Especial
-
Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral e votação
nos termos do art. 130 e seus §§, do
Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, vou me manifestar contrariamente á LOM proposta
pelo Ver. Décio Schauren. Não que ela não esteja correta, mas sempre digo que
não é de leis que temos falta. A seriedade, a honorabilidade, a dignidade, a
honra devem estar inscritos dentro de cada um de nós; não adianta escrever no
papel que tenho que ser sério, honrado, digno, porque isso eu já sei. Não
adianta eu falar na publicidade, porque sei que o PT gasta mais do que é
permitido, do que seja correto. Então , já vou com toda a simplicidade dizendo
que voto contrariamente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Décio
Schauren.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a pesar da manifestação do nobre Ver. João Dib,
eu quero dizer que é fundamental que está Casa aprove esta emenda á Lei
Orgânica. Ela é tão importante que foi apresentada á Constituição Estadual pelo
Deputado Bernardo de Souza e Obteve a
aprovação unânime da Assembléia Legislativa. E nós, em face da importância
daquilo que foi aprovado na Constituição Estadual, entendemos que na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre
deva ter inscrito os mesmos princípios.
Eu quero dizer mais, que uma parte desses princípios já se encontra em nossa
Lei Orgânica. O que diz a emenda á Lei Orgânica? A nossa emenda faz com que o
artigo 17 passe a ser redigido da seguinte forma: " A administração
pública direta e indireta do Município observará os princípios da legalidade,
da moralidade, da impessoalidade, da publicidade." Vejam os Senhores
Vereadores que isso já está em nossa Lei Orgânica. Acrescentamos:" Da
legitimidade, da participação, da razoabilidade, da economicidade, da motivação
Então, esta é a nova redação que nós propomos. Nós queremos apenas, Justificar
aquilo que nós acrescentamos além da
legitimidade, da participação, nós acrescentamos o seguinte principio; da razoabilidade. Este firma - se
no obstáculo á ação despropositada, desmedida, desproporcional ás necessidades
públicas e ao fim que se pretende atingir. Na parte da economicidade, implica
em obrigação ao administrador público, para proceder na aplicação da despesa
pública de modo mais econômico, atendendo, por exemplo, uma adequada relação
custo - beneficio. Num país em crise de
recursos, o principio da economicidade não suportará a suntuosidade nem
abrigará a irracionalidade nas obras inacabadas e mal planejadas, como
freqüentemente nos vemos.
Ainda segundo o Deputado Bernardo de Souza é o que
fulmina a corrupção, a imoralidade e a improbidade, ao combater seus
resultados administrativos. Na parte da
motivação, ela permite que se fiscalize a legalidade, a moralidade, a
impessoalidade, a legitimidade, a razoabilidade e a economicidade dos atos
governamentais. Através dela segundo Heli Lopes Meirelles, o administrador público justifica a sua ação administrativa,
indicando os fatos que ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam a
sua prática. Nós entendemos que a Lei Orgânica Municipal deve assumir esses
princípios, para que se afirme a sua decisão de construir uma sociedade
soberana, livre igualitária, democrática fundada nos princípios da justiça, do
pleno exercício da cidadania, da ética, da moral e do trabalho, como diz o
preâmbulo da nossa Lei Orgânica. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para
discutir o PELO n°01/95.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Discutimos nesta tarde um Projeto de
emenda á Lei Orgânica, que tramita na Casa regularmente, desde o primeiro
momento com as assinaturas de apoiamento que o Regimento da Casa estabelece. Apoiaram
a proposição do ilustre Ver. Décio Schauren onze Vereadores, inclusive este
Vereador que foi um dos signatários. Na
oportunidade, concordei em oferecer minha assinatura para garantir a
regularidade da tramitação, eu disse ao Ver. Décio Schauren que eu o fazia
porque entendia que a sua proposta - para usar uma expressão que ele introduz
na Lei Orgânica - tinha razoabilidade, Obviamente não existia, naquele momento,
um compromisso pleno de acompanhamento da proposição até o seu derradeiro
momento; havia a intenção da satisfação do pré - requisito regimental,
intransponível, para medida desta natureza. Aliás, eu acredito que este
dispositivo do Regimento da Casa é
extremamente pesado para a nossa capacidade de Vereador, na medida em que
praticamente inviabiliza tentativas de
mudança da nossa Lei Orgânica, por iniciativa de Vereador, porque se
exige que se acresça a ele mais dez ou outros tantos Vereadores para assegurar
esse quorum mínimo de apoiamente que dê
a condição de aceitabilidade da Casa da discussão da Emenda.
O Sr. Edi
Morelli: V.
Exa. permite um aparte? ( Assentimento do orador.) É que eu estava no meu
gabinete e aconteceu um milagre nesta Casa, porque eu ouvi várias vezes o Ver.
Décio Schauren falar no nome do Bernardo de Souza, que eu nunca tinha ouvido
falar, já é um milagre, alguém lembra do autor, do pioneiro do Orçamento
Participativo do Rio Grande do Sul ou do Brasil, já é um milagre.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa.
O Sr. Décio
Schauren: V.
Exa. permite um aparte? ( Assentimento do orador.) Eu quero dizer da
importância do trabalho que o Deputado Bernardo de Souza fez na Assembléia
Legislativa, ao acrescentar esses princípios á Constituição Estadual, e por
isso sou obrigado a citar o autor.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço os apartes esclarecedores. Eu prossigo dizendo que a mudança
na Lei Orgânica é uma tarefa de difícil
consecução, porque além do apoiamento dos 11 Vereadores eu acredito que devemos
ter quorum mais qualificado para aprovação da mudança. Eu acredito que esse
seja um daqueles casos que 2/3 da Casa tenha que acompanhar a proposta que se
dê a modificação. Além do mais, o assunto tem que ser discutido em mais de uma
oportunidade. Eu quero desde já dizer que o meu apoio preliminar a matéria não
me compromete com o fim, não exclui a possibilidade de após do debate, que
certamente se instalará, eu venha acompanhar o Ver. Décio Schauren, porque - me
parece prima face, que a grande increpação que se faz a sua proposição é que
ela é repetitiva, ela exagera e extrapola na enunciação daqueles compromissos
que a Administração pública em Porto Alegre necessariamente tem que ter. como
eu sou daquela opinião que em qualquer circunstância é melhor que se exagere do
que se caia na omissão. Eu sou tentado a me encaminhar para um voto favorável a
proposição do Ver. Décio Schauren. E haveria de até o momento que efetivamente
ocorrer a decisão da Casa estar posicionado até mesmo levando em conta a
necessidade de um quorum mais qualificado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. DÉCIO
SCHAUREN (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro o adiamento por uma Sessão.
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Presidência solicita a V. Exa. que formule o requerimento por escrito.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Eu tenho a impressão de que V. Exa. está no rumo que eu estava seguindo. Quero alertar ao Ver.
Décio Schauren que a matéria está em Discussão Geral, na Ordem do Dia, não em
votação. Não há necessidade nenhuma que o vereador requeiro o adiantamento,
porque não há o que adiar.
O SR.
PRESIDENTE:
Não havendo orador inscrito, estou declarando encerrada a primeira sessão de
Discussão Geral, terão outras tantas. Portanto, não há o que adiar, por falta
de abjeto.
VOTAÇÃO
NOMINAL
1° TURNO
PROC. 2369/95 - PROJETO DE
EMENDA Á LEI ORGANICA N° 004/95, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila e outros, que
altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre ( Artigos 81,
82 e 100, da LOM). Com Emendas n°s a 05.
Parecer Da Comissão Especial
-
Relator Vereador Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto e das Emendas n°s
01 a 05.
Observações:
- Votação nominal nos termos
do Art.174 e 130 e ss. do Regimento da CMPA;- para aprovação, voto favorável de
dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos - Art. 130, § 6°, do
Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE:
Há algum Vereador, liderança partidária ou o seu autor, que deseja encaminhar?
Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Exa., para ficar registrado, direi o seguinte: não
usarei da palavra se for por benevolência e excepcionalidade: usarei da palavra
se for por direito meu em discutir e encaminhar esta matéria. Não quero
generosidade por parte da Presidência. Não quero privilégios. Quero exercer o
meu direito legitimo como representante do nesta Casa, eleito que fui, por
sufrágio universal, como os demais integrantes da Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Mesa, calma e tranqüilamente, solicitou aos Vereadores Lideres de bancadas
e ao autor, os que desejassem
encaminhar, que se manifestassem. Ninguém se manifestou, encerrei o
período de encaminhamento. V. Exa. argumentou que havia feito um aceno. Tive
que considerar uma excepcionalidade, reconhecendo que V. Exa. pode encaminhar.
Criou - se uma situação especial, uma vez que os encaminhamentos estavam
encerrados. Tive que reabrir o período em respeito, ao mérito do exercício da
representação parlamentar de V. Exa. nesta Casa, eleito que foi, como V. Exa.
mesmo assevera, pelo voto direto, secreto e universal. V. Exa. tem assegurado o
tempo de encaminhamento se assim o desejar, face á excepcionalidade criada.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o PELO n° 04/95, se insere no tipo
de composição legislativa que não prescinde de requisitos especiais no seu
encaminhamento. O que pretende esse Projeto que tem várias emendas que foram
intempestivamente apresentadas, porque mudam alguns dispositivos do Regimento
da Casa, especialmente o art. 81, parágrafos 1° e 2°? Introduz algumas
modificações na dinâmica desta Casa que terão que ser consideradas pelos 33
integrantes da Casa.
O que me preocupa nesta hora, e isto já
motivou que eu promovesse uma manifestação quando da primeira discussão do
projeto de emenda á lei Orgânica pelo Ver. Décio Schauren, é que esta matéria,
precisando ter quorum qualificado, é colocada em votação no momento que, salvo
alguma expectativa mais otimista, dificilmente teremos, neste momento, o quorum
mínimo para votação normal.
Então, Ver. Pedro Américo Leal, foi membro
atuante desta Comissão que trouxe á Casa esta série de proposições de alteração
do art. 81, 101 e 102, corremos o risco de ter a primeira votação com a Casa,
senão esvaziada, bastante diminuída em seu quorum normal, para discutir sobre
uma matéria que, para ser aprovada, precisa, nos dois turnos, obter 22 votos
por parte do Plenário da Casa, situação que acredito que é correta. Gostaria
que alguém me corrigisse se estou equivocado.
Temos, Sr. Presidente, é que colocada a
matéria em votação nesta hora, corremos o risco de ver prejudicado o projeto.
Temos um grande temor de que um
trabalho sério, extenuante, feito por uma Comissão qualificada, onde a atuação
dos Vereadores Lauro Hagemann, João Verle, Pedro Américo Leal, Milton Zuanazzi,
que é o Relator da matéria, e do Ver. Nereu D'Ávila, Presidente da Comissão,
possam comprometer - se num equivoco estratégico da Casa, que o coloca em
votação neste momento. Faço um apelo ás lideranças para que promovam um
amadurecimento maior sobre essa matéria e façam um consenso sobre ela, e não
admitam esse risco tão, forte, que verifico, de votar a matéria nas condições
que hoje se desenha, de já na primeira votação, não obter os votos necessários
para a sua aprovação. Nem sei se, regimentalmente, não aprovado em primeira votação, a matéria teria condições
de voltar á segunda votação, situação essa preconizada de forma clara naquelas
hipóteses em que na primeira votação exista a aprovação da matéria. Temo que
hoje não ocorram as condições objetivas para se obter essa aprovação e, dentro
dessa linha, clara e transparente, da tribuna apelo ás Lideranças para que, no
bom senso, se obtenha algum equacionamento diverso daquele que se desenha neste
momento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Edi Morelli): O Ver. João Motta está com a palavra.
O SR. JOÃO
MOTTA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, apenas para registro de posição com relação ás
três modificações, que estão sendo propostas. Primeiro, com relação ao art. 81,
que tem uma história na Câmara Municipal de Porto Alegre e vários legislativos,
que foram incorporados e possuíam uma natureza, uma razão de ser, que, se for
modificada, se desconstitui, enquanto tal, Ver. Pedro Américo Leal, ou seja, o
art. 81 foi criado como um remédio regimental para projetos que estão em
tramitação há mais 30 dias e que por "n" razões políticas,
regimentais e outras, não chegam até a Ordem do Dia. Então, como último
recurso, o Legislativo por bem achou que deveria criar um remédio regimental
para que um processo nessa situação, depois de tramitar, viesse ao Plenário
finalmente para ser submetido á
apreciação. Foi por essa razão que foi
criado esse último recurso regimental, o famoso art. 81. Se é essa a
natureza desse tipo de dispositivo, qualquer tipo de embaraço, qualquer tipo de
condicionamento, destitui, esfacela, desestrutura esse preceito. Isso é uma
obviedade. Esse é o tipo do dispositivo regimental que não é possível fazer
mediação. Há Vários dispositivos, até podemos fazer mediação. Por quê? Porque
ele já é a última medição possível. Por isso que é absolutamente incorreta, na
nossa opinião, fazer esse tipo de medição no art.81. Então, Ver. Pedro Américo
Leal, o correto seria o Plenário se posicionar contrario ao art.81, ou seja,
não mais estabelecendo como último remédio para o Legislador, que quer votar uma
matéria que já passou por uma fase determinada e que não foi há mais de 30 dias
submetido, que seja submetido, então. Se retirássemos esse dispositivo, seria
mais coerente. Eu acho que estamos fazendo uma espécie de confusão no processo
legislativo. Essa é uma das várias confusões que ás vezes se faz em aqui na
Câmara como uma saída, digamos assim, meio de lado para não enfrentar o
problema central que é claro, na minha opinião, não tem como tergiversar. Ou
somos a favor do remédio regimental 81 ou somos contra. Medição, neste caso, na
nossa opinião, não é possível. Para concluir, esse é o típico caso em que a
emenda fica pior do que o soneto. Vai ser um 81 descaracterizado. Portanto, por
essa razão, até que se apresente uma
melhor proposta, e na nossa opinião essa é a melhor proposta até agora, somos
pela permanência do 81. O art.82, eu
reconheço, é uma discussão mais de natureza política. Nós estamos discutindo
sobre a questão da Tribuna Popular e sei que nesse Plenário, sob esse ponto de
vista, apenas para rememorizar, o Ver. Pedro Américo Leal não estava aqui
naquela época quando se aprovou a Lei Orgânica, foi um dos pontos mais
polêmicos da Lei Orgânica, e a Câmara de Porto Alegre é uma das únicas do
Estado do Rio Grande do Sul que incorporou do seu Regimento a figura da Tribuna popular e que, freqüente está sendo
usada. Sei que há problemas quanto ao seu cumprimento, as entidades não
conseguem participar, marcam, mas não vêm. Agora, Ver. Pedro Américo Leal, eu
recolho o seu testemunho deixando uma pergunta: nós, afinal, em termos de
democracia; devemos errar por abundância ou por limitação? Eu prefiro errar por
abundância. Portanto. se há alguma dúvida quanto á Tribuna, eu acho que nós
temos que ter um consenso estabelecido no cenário das Câmaras do Rio Grande do Sul. É uma grande característica da
Câmara Municipal de Porto Alegre, a existência da Tribuna Popular, como
formação da imagem desse Legislativo, como sendo um legislativo contemporâneo
ao processo de transição política que acontece no Brasil e ao processo de
democratização do Estado, a democratização do Poder Legislativo. Portanto,
somos contrários á redução. A Nossa bancada concorda com a Emenda do Ver. Airto
Ferronato sobre o artigo 100, que fala sobre a renovação de votação. Nós
achamos que é mais prudente ao legislador requerer e propor o quorum de 17
votos requerer a renovação de votação do que 22. Vinte e dois votos também é
extinção da renovação. É completamente irreal essa proposta. Ai, sim, cabe
mediação possível proposta pelo Ver: Airto Ferronato, na nossa opinião, é a
mais correta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Estão encerrados os encaminhamentos.
Entramos em regime de votação. Lembramos ao
Plenário que são necessários 22 votos para aprovação do Projeto. Nós temos
presente os seguintes Vereadores: João Verle, José Valdir, Helena Bonumá, Pedro
Leal, Maria do Rosário, João Motta, Décio Schauren, Edi Morelli. São oito
Vereadores presentes.
(Encerra - se a Sessão ás 17h 21min.)
*****